Novo Banco: DBRS mantém ‘rating’ em ‘lixo’ mas melhora perspetiva para estável

A agência de ‘rating’ DBRS manteve o ‘rating’ do Novo Banco em ‘B (elevado)’, ainda grau de não investimento (vulgarmente designado ‘lixo’), mas alterou a perspetiva de negativa para estável, disse hoje em comunicado.

Novo Banco: DBRS mantém 'rating' em 'lixo' mas melhora perspetiva para estável

A agência de ‘rating’ justifica a mudança na perspetiva com a melhoria da rentabilidade do banco (lucros de 184,5 milhões de euros em 2021) e da qualidade dos ativos, depois de o desempenho do Novo Banco em 2021 ter sido melhor do que era esperado. Ao mesmo tempo, indica, o banco continua a executar o seu plano de reestruturação e a reduzir crédito malparado e outros ativos problemáticos. “Pela primeira vez, o banco foi rentável em 2021. Contudo, o ‘rating’ continua a refletir o elevado ‘stock’ de crédito malparado e os modestos rácios de capital”, afirma a DBRS. O Novo Banco tinha 1.749 milhões de euros em crédito malparado no fim de 2021, ainda assim menos 30% do que em 2020. O rácio de capital CET 1 era de 11,1% em fim de 2021 (10,9% em 2020) e rácio de solvabilidade total de 13,1% (12,8% em 2020).

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O Novo Banco teve lucros de 184,5 milhões de euros em 2021, no primeiro ano que apresentou resultados positivos desde a sua criação em agosto de 2014 (na resolução do BES), que comparam com prejuízos de 1.329,3 milhões em 2020. Quando anunciou os lucros de 2021, em março, o banco anunciou também que vai pedir mais uma injeção de capital de 209 milhões de euros ao Fundo de Resolução bancário. Já o Fundo de Resolução considera que “não é devido qualquer pagamento” relativamente a 2021. Esta quarta-feira, na apresentação da proposta do Orçamento do Estado para 2022, o ministro das Finanças, Fernando Medina, disse que “não está prevista nenhuma transferência para o Novo Banco”.

O Novo Banco já consumiu 3.405 milhões de euros de dinheiro público

Em final de março foi conhecido que António Ramalho vai sair da presidência executiva do Novo Banco em agosto, depois de o gestor ter comunicado essa intenção ao Conselho Geral e de Supervisão do banco. António Ramalho chegou à liderança do Novo Banco em agosto de 2016 (sucedendo a Eduardo Stock da Cunha) e manteve-se mesmo após a compra de 75% do Novo Banco pelo fundo de investimento norte-americano Lone Star. Desde então, entre várias polémicas, tem sido o rosto da defesa do uso pelo banco do dinheiro do mecanismo de capitalização acordado nessa compra. Até ao momento, o Novo Banco já consumiu 3.405 milhões de euros de dinheiro público ao abrigo desse acordo, do máximo de 3.890 milhões de euros possíveis. Ramalho também deu a cara pelo processo de reestruturação do Novo Banco, incluindo a saída de milhares de trabalhadores.

Em janeiro, a relação entre o presidente executivo do Novo Banco e o ex-presidente do Benfica e devedor do Novo Banco Luís Filipe Vieira foi questionada e surgiram dúvidas sobre a idoneidade de António Ramalho. Então, foram divulgadas na imprensa conversas telefónicas entre Ramalho e o ex-administrador do Novo Banco Vítor Fernandes (atual presidente da SIBS), em que o presidente executivo do Novo Banco disse estar a agendar uma reunião com o então presidente do Benfica para o “preparar” para a Comissão Parlamentar de Inquérito ao Novo Banco. Desde então, António Ramalho tem dito que a sua idoneidade “é avaliada em permanência” e que não deve fazer mais comentários. Ainda assim, no início de março, em conferência de imprensa, questionado sobre o tema que levou mesmo o Banco Central Europeu (BCE) a investigar a sua relação com Vieira, o gestor disse que não há fotografias suas com o ex-presidente do Benfica. “Não há fotografias minha com Luís Filipe vieira e deve haver fotografias dele com toda a gente”, afirmou.

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