Operações com cartão tiveram em setembro a primeira subida homóloga desde início da pandemia

Os pagamentos com cartão registaram em setembro uma subida homóloga, em valor e quantidade, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia, revelou o Banco de Portugal.

Operações com cartão tiveram em setembro a primeira subida homóloga desde início da pandemia

Os pagamentos com cartão registaram em setembro uma subida homóloga, em valor e quantidade, o que acontece pela primeira vez desde o início da pandemia e os primeiros dados de outubro indicam nova subida, revelou o Banco de Portugal.

De acordo com os dados hoje divulgados pelo supervisor do sistema financeiro, o valor dos pagamentos efetuados em cartão aumentou em setembro 0,1% face ao mesmo mês do ano passado e a quantidade destes movimentos também superou em 0,2% os números registados um ano antes.

Trata-se da primeira vez desde o início da pandemia de covid-19 que as operações realizadas com cartões de pagamentos registaram um crescimento homólogo, sendo que a evolução observada em setembro representa uma recuperação de cerca de 30 pontos percentuais face a abril de 2020, mês em que, segundo o Banco de Portugal (BdP), “se registou uma redução sem precedentes” na utilização destes cartões.

A informação do BdP indica ainda que setembro é o terceiro mês consecutivo em que as compras realizadas por consumidores portugueses registam um crescimento homólogo, tendo avançado 5,2%, tendência que se deverá manter em outubro, tendo em conta os dados disponíveis para as primeiras três semanas deste mês.

A pandemia levou as pessoas a aderirem mais aos pagamentos ‘contactless’ — cujo valor limite foi também aumentado para evitar o contacto físico com os terminais de pagamento -, com os dados a indicarem que representaram em setembro 30% das compras realizadas com cartão, um aumento de 22 pontos percentuais face à média de 2019.

As compras ‘online’, por seu lado, representaram 9% das compras com cartões evidenciando um aumento de 1,5 pontos percentuais face à média observada no ano passado.

O impacto da pandemia é também visível na estrutura da despesa das famílias, com as compras em supermercados/hipermercados e restantes atividades de retalho e em saúde a registarem em setembro crescimentos homólogos de, respetivamente, 7% e 17%, enquanto setores como a restauração e o alojamento se mantiveram em terreno negativo (em -14,4% e -42,7%, respetivamente).

A informação recolhida pelo BdP sugere ainda que se registou uma substituição de levantamento em dinheiro por compras em cartão, já que o valor dos levantamentos em numerário realizados por portugueses, em setembro de 2020, ficou 7,1% abaixo do mês homólogo de 2019. Ainda assim, o valor acumulado das compras e dos levantamentos nacionais cresceu 0,3%.

“Nas três primeiras semanas de outubro (até dia 18), as compras efetuadas por consumidores portugueses em território nacional cresceram 4,2% em termos homólogos”, adianta ainda o Banco de Portugal.

Relativamente aos pagamentos e levantamentos realizados por portugueses no estrangeiro e por estrangeiros em Portugal, os números de setembro continuam abaixo dos valores registados um ano antes, refletindo as restrições à circulação internacional impostas pela pandemia.

As compras de portugueses no estrangeiro e as compras de estrangeiros em Portugal registaram quebras homólogas de, respetivamente, 18,3% e 46%. Por seu lado, o valor dos levantamentos efetuados por estrangeiros em Portugal caiu 35,5%, e por portugueses no estrangeiro recuou 34,7%.

Esta tendência de quebra homóloga continua a verificar-se em outubro, com os dados disponíveis até 18 deste mês a revelarem uma quebra homóloga de 50,9% nas compras efetuadas por estrangeiros; de 6,5% nos levantamentos de numerário realizados por portugueses; e um recuo de 34,5% nos levantamentos de dinheiro realizados por estrangeiros em Portugal.

 

 

Impala Instagram


RELACIONADOS