Portos do continente movimentam recorde de 81,3 milhões de toneladas até outubro
Os portos comerciais do continente movimentaram até outubro um volume de carga recorde de 81,3 milhões de toneladas, mais 5,1% do que no período homólogo
Os portos comerciais do continente movimentaram até outubro um volume de carga recorde de 81,3 milhões de toneladas, mais 5,1% do que no período homólogo, divulgou esta segunda-feira a Autoridade da Mobilidade e dos Transportes (AMT).
Segundo o relatório da AMT referente ao movimento do mercado portuário entre janeiro e outubro de 2017, “este registo da melhor marca de sempre [neste período de nove meses] reflete idêntica realização observada nos portos de Leixões, Aveiro e Sines, após variações face aos anteriores máximos de +5,7%, +9,6% e +0,9%, respetivamente, tendo os dois primeiros sido observados em 2015 e o último em 2016”.
O “maior contributo” para este desempenho foi dado pelo porto de Lisboa, que registou um acréscimo de 2,1 milhões de toneladas, correspondente a +26% numa quota de 12,6%, superior em 2,1 pontos percentuais à que detinha em 2016.
De acordo com a AMT, os 10,3 milhões de toneladas movimentadas pelo porto de Lisboa representam “o valor mais elevado dos últimos nove anos”.
Medindo o impacto no desempenho do sistema portuário pela conjunção da taxa de variação homóloga e quota do volume movimentado, nas posições seguintes surgem o porto de Leixões, com um acréscimo de 8,1% (correspondente a +1,2 milhões de toneladas) e uma quota de 20,2%; de Aveiro, com acréscimos de 17% num volume que representa 5,3%; e de Sines, que cresce 0,9% e tem subjacente uma quota de 52,2%.
Também com variações positivas, mas um “impacto pouco significativo no desempenho global”, surgem os portos de Viana do Castelo e da Figueira da Foz, com variações homólogas de +10,6% e de +0,1%, respetivamente, e quotas de 0,4% e 2,1%.
Já os portos de Setúbal e de Faro mantiveram as variações negativas, de -5,7% e de -54,9%, respetivamente, com o primeiro “a refletir a normalização do seu movimento após o acentuado acréscimo verificado em 2016, por efeito da transferência de Lisboa”, e o segundo “a refletir a instabilidade da atividade da CIMPOR no Centro de Produção de Loulé”.
O relatório da AMT alerta que este desempenho do sistema portuário do continente e de alguns portos em particular “é em larga medida caracterizado por dois fatores circunstanciais ocorridos em 2016: As “perturbações laborais” no porto de Lisboa, que levaram a uma “significativa diminuição” do tráfego neste porto e ao aumento do movimento em Leixões e Setúbal; e a inoperacionalidade do Terminal Oceânico de Leixões, que levou à operação extraordinária de transbordo de petróleo bruto no porto de Sines, elevando o seu movimento em cerca de 3,4 milhões de toneladas.
“O resultado em 2017 destas duas ocorrências verificadas em 2016 é um efeito de travão no movimento dos portos que com elas ‘beneficiaram’ naquele ano e de alavancagem do movimento presente de Lisboa”, explica.
No caso do porto de Sines, o desempenho na carga contentorizada, produtos petrolíferos e carvão anulou este efeito travão, “embora por uma pequena margem” de +0,9%, mantendo este “uma trajetória positiva que lhe confere, com naturalidade, a manutenção da posição maioritária absoluta no movimento portuário, representando 52,2% do total (menos 2,2 pontos percentuais face ao período homólogo de 2016)”.
Já a quota do porto de Leixões cresceu 0,6 pontos percentuais para 20,2%, a de Lisboa subiu 2,1 pontos percentuais para 12,6% e a de Setúbal recuou 0,8 pontos percentuais para 6,9%.
No que se refere ao movimento de contentores nos portos comerciais do Continente, ultrapassou o volume de 2,5 milhões de TEU nos dez primeiros meses de 2017, “a nova melhor marca verificada nos períodos homólogos” e um crescimento de 13,6% face a 2016.
A variação “mais expressiva” do volume de TEU movimentado de janeiro a outubro face a 2016 verificou-se no porto de Lisboa, com uma taxa de +35,2%, “refletindo a recuperação deste tráfego ‘desviado’ em 2016, nomeadamente, para Leixões e Setúbal por efeito das perturbações laborais”.
“O reflexo desta situação traduz-se no recuo destes dois portos para valores alinhados com a trajetória do seu comportamento natural, traduzido em quebras respetivas de -4,5% e de -2,3%, face a 2016, sendo, no entanto, superiores em 0,4% e 31,3% aos respetivos volumes movimentados em 2015”, lê-se no relatório.
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