Revendedores de combustível apelam para que Governo abrande atualização da taxa de carbono

A Associação Nacional dos Revendedores de Combustíveis (Anarec) apelou hoje ao Governo para que reveja a sua posição quanto ao descongelamento da atualização da taxa de carbono, afirmando que não tem nada de “gradual”.

Revendedores de combustível apelam para que Governo abrande atualização da taxa de carbono

“O Governo tem vindo constantemente a travar a descida do preço dos combustíveis, ao atualizar a taxa de carbono pela terceira vez, desde o dia 23 de agosto”, referiu a associação, contabilizando um impacto acumulado de 7,5 cêntimos no preço do gasóleo e de 6,9 cêntimos no preço da gasolina.

Segundo a entidade, “o descongelamento da atualização da taxa de carbono, tem sido tudo menos feito de forma gradual, ao contrário do que resulta do diploma legal”.

A Anarec disse que esta subida da taxa de carbono “tem um forte impacto nos preços finais dos combustíveis que são pagos pelo consumidor final, arrecadando o Estado mais receita fiscal”, assegurando que as três atualizações “já resultam, em média, num impacto acumulado de 7,5 cêntimos no preço do gasóleo e de 6,9 cêntimos no preço da gasolina”.

Além disso, destacou, a subida da taxa de carbono reflete-se “com maior incidência no preço do GPL engarrafado, ou seja, no gás de botija, que tem vindo a subir constantemente desde o dia 23 de agosto”.

Para a associação, é importante que o consumidor final “perceba que este aumento de preços do GPL engarrafado está diretamente associado ao aumento da taxa de carbono”.

A Anarec deu o exemplo de uma garrafa de gás das mais utilizadas pelas famílias portuguesas (13kg, butano), que paga 3,16 euros de ISP, “no qual já está incluída a taxa de carbono”.

“Antes de o Governo dar início ao descongelamento, a mesma garrafa pagava 2,22 euros de ISP (taxa de carbono incluída)”, ou seja, houve “um aumento de cerca de um euro, em menos de mês, com o Governo a planear continuar este aumento”.

A ANAREC apela assim ao Governo para “que reveja a sua posição quanto ao descongelamento gradual da atualização da taxa de carbono, com particular foco no GPL engarrafado”.

A associação referiu ainda “o tratamento fiscal diferenciado que existe entre o gás natural e o gás de garrafa”.

“Há uma constante penalização do gás de garrafa, nomeadamente quanto ao IVA de 23% que incide sobre este tipo de produto, enquanto o gás natural, que é utilizado exatamente para as mesmas funções em termos domésticos, já tem um IVA de 6% até determinadas quantidades”, rematou.

 A taxa de carbono regista uma nova atualização a partir de hoje, com o valor por tonelada de CO2 a passar para 81 euros, anulando a descida que a indústria antecipava para o preço de venda dos combustíveis.

 Em 2022, na sequência da forte subida dos preços dos combustíveis então registada, foi decidido suspender a atualização da taxa de adicionamento sobre as emissões de dióxido de carbono (CO2) – a denominada taxa de carbono -, mantendo-se em aplicação o valor definido para 2021.

Em maio de 2023, ainda pela mão do anterior governo e perante algum alívio de preços que então começou a verificar-se, foi iniciado o descongelamento da atualização desta taxa – movimento interrompido em agosto desse ano e retomado em 2024.

 

ALN (LT) // JNM

By Impala News / Lusa

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