Rubis moçambicanos de Cabo Delgado renderam quase mil milhões de euros desde 2012
A exploração de rubis na mina da MRM em Cabo Delgado, norte de Moçambique, rendeu desde 2012 quase mil milhões de euros, segundo dados divulgados hoje pela Gemfields, que detém 75% da empresa.
De acordo com os dados até dezembro último do relatório “Fator G para Recursos Naturais”, que visa promover a “transparência” sobre o nível de riqueza dos recursos humanos “partilhados” pela Gemfields “com os governos dos países anfitriões” provenientes dos setores mineiro, petrolífero, gás madeira e pesca, a Montepuez Rubi Mining (MRM) teve uma receita total de 151,3 milhões de dólares (141 milhões de euros) em 2023.
Desde que a Gemfields adquiriu os 75% da MRM — em fevereiro de 2012, ano do início da exploração mineira, tendo os leilões de rubis iniciado dois anos depois –, aquela mina acumula receitas superiores a 1.055 milhões de dólares (982,7 milhões de euros), tendo pago ao Estado moçambicano, no mesmo período, 257,4 milhões de dólares (239,7 milhões de euros).
No ano passado, a MRM pagou ao Estado moçambicano 53,2 milhões de dólares (49,6 milhões de euros) em ‘royalties’ e impostos, segundo o mesmo relatório.
A Montepuez Ruby Mining Limitada (MRM) é uma empresa moçambicana que opera no depósito de rubis de Montepuez, localizado no nordeste de Moçambique, na província de Cabo Delgado, abrangendo aproximadamente 33.600 hectares.
“Acredita-se que seja o depósito de rubis mais significativo recentemente descoberto no mundo”, refere a empresa, que garante ter criado localmente mais de 1.500 postos de trabalho, 95% dos quais para moçambicanos, sendo 65% oriundos de Cabo Delgado.
A MRM é detida em 75% pela Gemfields e em 25% pela Mwiriti Limitada, uma empresa moçambicana.
“A MRM tem como objetivo emular os valores da Gemfields e operar de uma forma que contribua positivamente para a economia nacional, ao mesmo tempo em que assume um papel de liderança na modernização do setor de pedras preciosas coloridas e na construção de meios de subsistência sustentáveis para as comunidades ao redor da mina. A MRM acredita que as pedras preciosas coloridas devem ser extraídas e comercializadas defendendo três valores chave — transparência, legitimidade e integridade”, explica a empresa.
Já a Gemfields é líder mundial em mineração responsável e comercialização de pedras preciosas coloridas e, além da MRM, é operadora e proprietária de 75% da mina de esmeralda Kagem, na Zâmbia, apresentada como “a maior mina de esmeralda do mundo”, bem como licenças de amostragem a granel na Etiópia, entre outras.
“As pedras preciosas extraídas de forma responsável da Gemfields são a escolha preferida para peças criadas por muitas casas de luxo de renome mundial e designers de ponta”, conclui.
PVJ //
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram