Sonae diz-se «preparada» para enfrentar chegada da Mercadona
Sonae, através de Paulo Azevedo, garantiu hoje que o negócio de retalho do grupo «está preparado e confiante» para enfrentar a concorrência dos espanhóis da Mercadona, recordando que no passado travou já duelos com vários «gigantes».

O co-presidente executivo da Sonae Paulo Azevedo garantiu hoje que o negócio de retalho do grupo «está preparado e confiante» para enfrentar a concorrência dos espanhóis da Mercadona, recordando que no passado travou já duelos com vários «gigantes». «Estamos muito habituados, já tivemos gigantes bem maiores, como os franceses e alemães», afirmou, recordando que «no retalho alimentar foram mais invasões francesas [como os grupos Auchan ou Intermarché] e no retalho eletrónico foi um gigante alemão [como é caso da MediaMarkt]».
Falando durante a sessão de apresentação dos resultados de 2018 da Sonae SGPS, Paulo Azevedo disse que a empresa «está preparada porque respeita» os concorrentes e sustentou que o grupo tem já «muita experiência nestas lutas e desafios», não considerando «que um grupo espanhol seja mais assustador do que um grupo francês ou alemão». «Mas é um operador competente, como é o Carrefour, o Lidl, a Aldi, o Intermarché, o Auchan, todos esses grupos de gigantes que vieram desafiar o nosso território e nós soubemos tomar conta deles. Continuaremos com respeito, humildade e trabalho», rematou.
Questionado sobre rumores de que a Sonae poderia estar na corrida para a compra do grupo retalhista espanhol Dia, Ângelo Paupério escusou-se a comentar, afirmando apenas que a empresa está «sempre atenta ao mercado». «Nós estamos sempre atentos ao nosso mercado e o Dia é um parceiro que está numa situação menos favorável do que já esteve no passado, em que foi um concorrente com uma oferta mais vibrante. [Atualmente] está numa situação que não é tão positiva, mas não faço a mínima ideia do que vai acontecer na estrutura acionista», disse.
Sonae diz ter «estratégia clara»
Segundo Paupério, a Sonae MC não tem a sua «estratégia baseada no crescimento por aquisições ou tomadas de posições com outros operadores», mas o facto é que, «se alguma oportunidade se colocar», a empresa «terá que a estudar», tal como faz «com todas as outras oportunidades». «A nossa estratégia é clara, tem sido explicada, e é um bocadinho de quem vai à frente e tem que continuar», acrescentou.
Ainda relativamente ao eventual interesse no grupo Dia, Paulo Azevedo acrescentou que a Sonae «não depende» apenas de si própria, não podendo «nunca olhar para situações que infringem as leis da concorrência».
Relativamente à entrada da Sonae MC em Angola – onde foi mal sucedida uma primeira tentativa de entrada no retalho alimentar, com a empresária angolana Isabel dos Santos -, Paulo Azevedo considerou que «não fracassou», porque não chegou a começar, sendo que uma eventual nova investida naquele mercado «não está neste momento no topo das prioridades», até porque «há eventualmente possibilidades mais interessantes».
Já em Moçambique — onde os supermercados da marca Central, onde a Sonae tinha uma participação de 30%, fecharam porque a sociedade que os geria entrou em insolvência — o gestor considera que o grupo também não falhou, já que era apenas «o parceiro técnico minoritário».
LEIA MAIS
Hacker Rui Pinto já aterrou em Portugal
Previsão do tempo para sexta-feira, 22 de março
Siga a Impala no Instagram