Tempo para venda de casas deve duplicar em 2019

O tempo médio para a venda de casas deverá aumentar em 2019, estimando a Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária em seis meses o prazo de alienação dos imóveis.

Tempo para venda de casas deve duplicar em 2019

De acordo com um comunicado da associação, “em 2018, mais de metade das casas venderam-se em apenas três meses, mas a expectativa é de que se registe um desaceleramento em 2019, duplicando-se o tempo de venda dos ativos”.

Para Luís Lima, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), “a culpa é da falta de ‘stock’ imobiliário, mas também dos preços que estão a ser praticados no mercado”.

“A oferta disponível começa a ser completamente desadequada à procura existente. Por um lado, os preços praticados são absolutamente proibitivos para a classe média/média baixa. Por outro, mesmo para uma classe mais elevada, os preços elevados começam a retrair os potenciais compradores, que sentem que o mercado está demasiado quente, adiando assim o negócio”, acrescenta o presidente da APEMIP, citado no comunicado.

Luís Lima defende ainda que a solução está em “aumentar a oferta para a classe média e média baixa e ajustar os preços à realidade do mercado”, algo que considera “essencial para que os negócios se concretizem com rapidez e transparência entre as partes”.

“Há uma tendência natural do proprietário em fixar um ‘asking price’ (preço inicial) elevado. No entanto, na altura de fixar um preço, é necessário considerar fatores como a localização, características e qualidade do ativo, que muitas vezes não estão a ser tidas em conta”, alerta o responsável.

Esta tendência “leva a que os preços fiquem desfasados do real valor de mercado, fazendo com que os ativos fiquem mais tempo em carteira”.

“É necessário que haja uma consciencialização por parte dos agentes do mercado, no sentido de promoverem um mercado realista para evitar revisões em baixa. Vivemos num tempo em que o problema não é a falta de clientes, mas sim a falta de produto, mas tal não é justificação para carregar nos preços e acentuar ainda mais os desequilíbrios que já se sentem entre a oferta e a procura”, apelou.

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