Falência da Thomas Cook causa «milhões de euros» de prejuízo no Algarve
O operador turístico britânico Thomas Cook anunciou falência depois de não ter conseguido encontrar fundos necessários para garantir a sua sobrevivência e entrará em «liquidação imediata».
O operador turístico britânico Thomas Cook anunciou falência esta segunda-feira, 23 de setembro, depois de não ter conseguido encontrar, durante o fim de semana, fundos necessários para garantir a sua sobrevivência e, por isso, entrará em «liquidação imediata». Portugal deverá sentir o impacto da queda da empresa, principalmente o Algarve.
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São precisos estes dias de férias para que se sinta totalmente renovada
«Apesar dos esforços consideráveis, as discussões entre as diferentes partes interessadas do grupo e de novas fontes de financiamento possíveis, não resultaram em acordo», apontou o operador turístico britânico em comunicado. «Desta forma, o Conselho de Administração concluiu que não tinha escolha, a não ser tomar medidas para entrar em liquidação com efeito imediato», acrescentou.
As autoridades terão agora que organizar um repatriamento maciço de cerca de 600.000 turistas em todo o mundo, incluindo 150.000 para a Grã-Bretanha. O grupo precisava de arrecadar 200 milhões de libras (cerca de 227 milhões de euros) em fundos adicionais, reivindicados pelos bancos, como o RBS ou o Lloyds. O Governo britânico recusou-se a salvar a empresa uma vez que essa operação iria «requerer muito dinheiro dos contribuintes», explicou o primeiro-ministro britânico Boris Johnson.
Turistas com pacotes de férias organizados pela Thomas Cook impedidos de sair dos hotéis
A grave situação financeira da empresa teve impacto imediato junto de clientes que gozam pacotes de férias organizados pela operadora de viagens no exterior. Dado que todas as reservas da empresa foram canceladas, os turistas não conseguiram sair dos complexos (hotéis e resorts), mesmo depois de terem efetuado o mesmo pagamento à Thomas Cook.
Thomas Cook ia assinar pacote de resgate esta semana, mas foi adiado
A empresa, com 178 anos de atividade, tinha previsto assinar esta semana um pacote de resgate com o seu maior acionista, o grupo chinês Fosun, estimado em 900 milhões de libras (1.023 milhões de euros), mas tal foi adiado pela exigência dos bancos que o grupo tivesse novas reservas para o inverno.
As dificuldades financeiras da empresa acumularam-se no ano passado, mas em agosto foram anunciadas negociações com o grupo chinês Fosun, que detém múltiplos ativos a nível mundial, nos setores de saúde, bem-estar, turismo (como o Clube Med), financeiro e até futebol (o clube inglês Wolverhampton Wanderers, treinado pelo português Nuno Espírito Santo).
Em Portugal é dona da seguradora Fidelidade, que comprou à Caixa Geral de Depósitos (CGD) em 2014 e, através da seguradora, 5% da REN – Redes Energéticas Nacionais, é a maior acionista do banco BCP (com 27,25%) e é a dona da Luz Saúde.
No Algarve, «o impacto é enorme»
Em declarações à TSF, Elidérico Viegas, presidente e fundador da Associação dos Hotéis e Empreendimentos Turísticos do Algarve (AHETA), assume que o impacto da falência da Thomas Cook «é enorme, enormíssimo». Apesar de não dar valores certos sobre o prejuízo, o responsável refere que em causa estão «muitos milhões de euros».
Thomas Cook era o segundo maior operador turístico a atuar no Algarve, e com a falência, não fica apenas em causa a vinda de turistas através da operadora, mas também as dívidas acumuladas nos últimos meses junto das empresas algarvias.
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