Wall Street fecha em forte baixa com receio de uma possível recessão nos EUA
A bolsa nova-iorquina encerrou hoje em nítida baixa, com os investidores a exibirem os seus receios quanto a uma possível recessão nos EUA.

Os resultados definitivos da sessão indicam que o índice seletivo Dow Jones Industrial Average recuou 2,08%, o tecnológico Nasdaq perdeu 4,00%, a sua maior queda desde 202, e o alargado S&P500 desvalorizou 2,70%.
“No essencial, tratou-se de uma liquidação dos títulos tecnológicos”, como testemunha a perda do Nasdaq, o que mostra “que a forte concentração dos investidores sobre os grandes valores tecnológicos pode vir a ser um problema”, interpretou Steve Sosnick, da Interactive Brokers, em declarações à AFP.
As mega capitalizações tecnológicas sofreram fortes recuos: a Tesla caiu 15,43%, a Nvidia 5,07%, a Apple 4,85%, a Meta 4,42%, a Alphabet 4,41%, a Microsoft 3,34% e a Amazon 2,36%.
“Nos últimos dias, e claramente hoje, os investidores estão a reavaliar o equilibro entre ganhos e riscos”, dada a “confusão que reina nas taxas alfandegárias” e os receios de um arrefecimento da economia dos EUA, a que se pode acrescentar uma subida da inflação, realçou.
Em particular, os investidores receberam com nervosismo as declarações de Donald Trump, feitas no domingo.
Durante uma entrevista à estação televisiva Fox News, Trump permaneceu vago quando lhe perguntaram se esperava uma recessão nos EUA. “Detesto prever coisas como essas”, respondeu.
“Há um período de transição”, disse, durante a entrevista, o multimilionário republicano, que rem estado em conflito com os parceiros comerciais dos EUA, desde que regressou à Casa Branca, a começar pelos vizinhos canadiano e mexicano.
Por outro lado, o secretário do Tesouro, Scott Bessent, questionado na estação televisiva CNBC, na sexta-feira, disse que a economia dos EUA e o mercado bolsista vão entrar em “período de desintoxicação”, uma vez que têm estado “dependentes das despesas públicas”, que Trump promete reduzir drasticamente.
“As ações estão esmagadas pelas inquietações ligadas ao arrefecimento económico, que assombram as perspetivas do crescimento dos lucros das empresas”, escreveu, em nota analítica, José Torres, da Interactive Brokers.
Os investidores estão a sair do mercado acionista e a trocá-la pelo obrigacionista, realçou. Desta forma, o rendimento dos títulos de dívida federais a 10 anos aliviou nitidamente, para 4,22%, dos 4,30% com que fechou na sexta-feira.
Entretanto, os operadores bolsistas aguardam com atenção a publicação, na quarta-feira, do índice de preços no consumidor nos EUA, de janeiro.
Esta vai ser uma das primeiras estatísticas sobre o estado da economia norte-americana, depois do regresso de Trump à Casa Branca.
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By Impala News / Lusa
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