Ex-advogado de Leonor Cipriano diz que esta foi «acusada de crimes gravíssimos que não cometeu»

Marcos Aragão Correia, ex-advogado de Leonor Cipriano, continua a acreditar na «total inocência» da sua antiga cliente. «Não há razões para celebrar quando uma Mulher inocente esteve presa pelo Estado Português durante quase 15 anos acusada de crimes gravíssimos que não cometeu», afirma

Marcos Aragão Correia foi, durante cerca de cinco anos, até finais de 2012, o advogado de defesa de Leonor Maria Domingos Cipriano, condenada a 16 anos e oito meses de prisão pelo homicídio qualificado e ocultação de cadáver da filha, Joana, desaparecida a 12 de setembro de 2004, em Portimão.

Este sábado, 9 de fevereiro, o ex-advogado de Leonor Cipriano revelou em comunicado enviado aos órgãos de Comunicação Social, estar «absolutamente seguro da total inocência da Leonor Cipriano».

«A saída de Leonor Cipriano da prisão, no dia 7 do corrente mês, não é motivo de celebração, mais sim de alívio. Não há razões para celebrar quando uma Mulher, Mãe e Cidadã inocente esteve presa pelo Estado Português durante quase 15 anos acusada de crimes gravíssimos que não cometeu. E como se não bastasse, as buscas das autoridades portugueses por Joana Cipriano foram encerradas mesmo antes da sua condenação; sem corpo, sem provas. Que alegria para os raptores!», afirma.

O advogado refere que a sua ex-cliente «foi condenada apenas com base numa confissão falsa assinada sob brutal tortura perpetrada por agentes da Polícia Judiciária portuguesa». Os dois agentes da PJ, Gonçalo de Sousa Amaral e António Nunes Cardoso, foram condenados. «Contudo, nenhum destes agentes entrou alguma vez em prisão», refere.

Marcos Aragão Correia terá deixado de ser advogado de Leonor Cipriano, em 2012, segundo afirma, por «razões pessoais».

«No longo período em que fui Advogado da Leonor, tive a oportunidade de a conhecer profundamente, bem como a todos os seus familiares mais próximos, estudei a fundo o processo judicial que esteve na base da sua condenação, trabalhei com os detectives da Método 3 que representavam os Pais de Madeleine McCann, e por todos os factos e provas de que tomei conhecimento estou absolutamente seguro da total inocência da Leonor Cipriano», acrescenta, deixando ainda um agradecimento a Leonor Cipriano:

«Um muitíssimo obrigado à Leonor Cipriano por ter confiado em mim e me ter dado a honra de a ter representado durante todos esses anos. Que usufrua da sua tão merecida liberdade!»

 

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Texto: Marisa Simões

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