Falso refugiado preso por violação é suspeito de terrorismo na Alemanha

Marroquino fez-se passar por refugiado sírio durante cinco anos e chegou a obter subsídio e documentos. Está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Lisboa por violação de uma sem-abrigo, mas já constava da lista vermelha da Interpol.

Falso refugiado preso por violação é suspeito de terrorismo na Alemanha

Um cidadão marroquino – atualmente a ser julgado por ter violado uma sem-abrigo nas antigas instalações da RTP, em Lisboa – fez-se passar, durante cinco anos, por refugiado sírio e está envolvido num caso de terrorismo na Alemanha, avança o JN. Makhlouli Z. , 34 anos, chegou a Portugal em janeiro de 2015, requereu asilo e proteção internacional (que lhe foram concedidos, bem como um apoio económico), usando uma falsa identidade. Antes de entrar em Portugal, o marroquino esteve na Alemanha, onde terá mantido contatos com redes terroristas e terá recrutado extremistas para redes de terrorismo islâmico, mas também passou por outros países europeus, onde chegou a ter problemas com a justiça relacionados com pequenos furtos.

Documentos do falso refugiado carimbados pelo Estado português e sucessivamente renovados

Durante o tempo que esteve em território nacional, não se sabe o que andou a fazer. Mas nessa altura já estava a ser investigado pelas autoridades alemãs por terrorismo, que lhe tinham perdido o rasto, porque Makhlouli Z., mudou de identidade (para Mussa Ikli) assim que entrou em Portugal, com documentos carimbados pelo Estado português e sucessivamente renovados. O marroquino só passou a ser procurado em terras lusas quando se tornou suspeito de ter violado uma sem-abrigo, em abril de 2020. De acordo com a acusação do Ministério Público, a vítima andava à noite pelas ruas de Lisboa, pedindo comida a quem passava, quando o falso refugiado se ofereceu para a ajudar. Levou-a para as antigas instalações da RTP, na Alameda das Linhas de Torres, onde o próprio pernoitava. Lá, deu-lhe comida, mas acabou por mandá-la despir-se e deitar-se no chão. Quando a vítima recusou, sacou uma faca e encostou-lha ao pescoço. Fugiu após a violação.

A investigação da Polícia Judiciária (PJ) de Lisboa acabaria por identificá-lo, ainda com o nome falso. Foi localizado em dezembro e, tanto à PJ como ao juiz de instrução criminal, apresentou-se com a identidade síria falsa. Porém, as verificações de identidade desmascararam-no, revelando os alertas da Interpol que o apontavam como angariador de potenciais terroristas para uma rede de extremistas islâmicos na Alemanha. Ficou em prisão preventiva pelos crimes de violação, falsificação de documentos e falsas declarações. No entanto, Um mês antes de ser preso, Makhlouli Z. apresentou no SEF um pedido para alteração da sua identidade, de Mussa Ikli para o seu verdadeiro nome. Porém, as autoridades nada fizeram.

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