Forças governamentais dão “resposta à altura a ataques esporádicos”
O Presidente moçambicano disse hoje que os “ataques esporádicos” dos grupos armados que atuam em Cabo Delgado, norte do país, estão a ter uma “resposta à altura”, encontrando-se estável a situação de segurança.
“Continuam a fazer ataques esporádicos para mostrar que existem e para roubar, mas mesmo assim tem estado a receber resposta à altura”, afirmou Filipe Nyusi.
O chefe de Estado falava em Dar es Salaam, em conferência de imprensa na companhia da homóloga da Tanzânia, Samia Suluhu, após um encontro a dois e conversações entre as delegações dos dois países.
Filipe Nyusi reconheceu que a situação em Cabo Delgado “em 2021, estava muito grave” e os insurgentes ocupavam várias vilas, mas as operações conjuntas das forças governamentais moçambicanas, do Ruanda e da Missão Militar da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SAMIM, na sigla em inglês) reverteu o cenário no teatro de operações, levando à estabilidade.
O modelo de cooperação militar adotado contra o terrorismo em Cabo Delgado “é muito saudado”, porque assenta no princípio de que “os problemas africanos devem ter soluções africanas”, enfatizou Filipe Nyusi.
“Não estamos a dizer que não queremos o apoio dos outros” países de fora do continente africano, acrescentou.
O chefe de Estado moçambicano avançou que foi acordado com a Tanzânia a necessidade de capitalizar os recursos de que ambos os países dispõem para a dinamização da cooperação económica.
“São dois países com muita riqueza, mas a riqueza deve ser explorada e transformada em benefício dos dois povos”, sublinhou.
Filipe Nyusi realçou ainda a importância da “conetividade”, através de estradas, pontes e portos, para que o potencial económico dos dois países seja maximizado.
Cabo Delgado enfrenta desde outubro de 2017 uma rebelião armada com ataques reclamados por movimentos associados ao grupo extremista Estado Islâmico.
O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de insurgentes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique.
A população de outros distritos da província tem relatado a movimentação destes grupos de insurgentes, que provocam o pânico à sua passagem, nas matas, mas sem registo de confrontos, o que acontece numa altura em que os camponeses tentam realizar trabalhos de colheita nos campos de cultivo.
O Presidente de Moçambique afirmou em 16 de junho que a ação das várias forças de defesa permitiu acabar com “praticamente todas” as bases dos grupos terroristas que operam em Cabo Delgado, que se limitam agora a “andar no mato”.
PMA // JMC
By Impala News / Lusa
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