Governo e PJ de Cabo Verde querem ser “implacáveis” no combate ao tráfico de drogas

O Governo e a Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde apresentaram hoje como principal desafio o combate ao tráfico de drogas nas comunidades, afirmando querer ser “implacáveis” e alocar a esta tarefa 80% dos recursos da instituição.

Governo e PJ de Cabo Verde querem ser

Após ser empossado como novo diretor da Polícia Judiciária (PJ) de Cabo Verde, Manuel da Lomba notou que os crimes urbanos que causam insegurança no país “têm o seu epicentro” e “causa” no tráfico e consumo de drogas que prolifera nas cidades “a olho nu”.

“Urge sermos implacáveis no seu combate, para evitar a criminalidade, com uma abordagem firme e séria”, afirmou o procurador da República, que assume o cargo após a demissão, em novembro, de Ivanilda Mascarenhas, que tinha sido empossada em dezembro de 2022.

Para o novo dirigente, a polícia científica “não pode dar-se por satisfeito” apenas com as detenções e apreensões das drogas efetuadas nos portos e aeroportos e “descuidar-se” do tráfico e consumo “que tem sido causa de vários outros crimes”.

“Neste particular, será dado uma atenção especial ao seu combate, sem tréguas, devolvendo a paz, a segurança e a tranquilidade a todos os cabo-verdianos e contribuindo assim para uma melhor justiça”, insistiu no seu discurso após ser empossado.

A ideia foi reforçada pela ministra da Justiça cabo-verdiana, Joana Rosa, que conferiu a posse, dizendo que o país precisa “dar combate à droga nos bairros, nas cidades”, por entender, igualmente, que a apreensão só nos portos e aeroportos “não chega”.

Para isso, afirmou que a instituição policial deve alocar cerca de 80% dos seus recursos para o combate ao tráfico de drogas, porque aí estaria a combater outros crimes conexos, como furto, roubo, lavagem de capitais.

“Portanto, a prioridade das prioridades será o combate ao tráfico de droga, e aos outros tráficos também, sem pôr em causa outros tipos penais”, salientou Joana Rosa na sua intervenção, considerando, para isso, que é preciso reforçar a PJ com mais meios humanos e técnicos.

A ministra recordou, em declarações aos jornalistas, que para 2023 foi proposto o recrutamento de 18 inspetores da PJ e mais 54 para este ano, para “combater a criminalidade”, mas também para repor os quadros que vão saindo da instituição.

Ainda na sua intervenção, o novo diretor da PJ prometeu dar “atenção especial” aos crimes informáticos, bem como aos crimes económico-financeiros, lavagem de capitais, corrupção e burla nas suas mais variadas modalidades.

Apesar de reconhecer que assume as funções num “momento difícil e desafiador”, Manuel António Livramento da Lomba prometeu uma PJ “competente, motivada e comprometida (…), mais proativa e mais dinâmica”, capaz de “sair da sua zona de conforto” para investigar e ter um “pendor internacional”.

O novo responsável máximo da PJ quer ainda que a instituição se fixe na “qualidade da investigação”, em vez de nos “números ou quantidades de processos decididos”, e ter uma “melhor comunicação e articulação” com a Polícia Nacional (PN) e com o Ministério Público.

Depois da polémica saída da anterior diretora, cujos motivos não foram divulgados oficialmente, a ministra da Justiça reforçou a ideia de que o objetivo agora é garantir “estabilidade” na organização, criada há 31 anos.

RIPE // MLL

By Impala News / Lusa

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