Grupo de estrangeiros denuncia mais um episódio de violência brutal no Urban Beach
O historial de violência na discoteca Urban Beach vai para além das nossas fronteiras. Um turista inglês denunciou num relato chocante as agressões que sofreu, juntamente com amigos, no estabelecimento nocturno.
O vídeo que mostra dois jovens a serem brutalmente agredidos por seguranças da discoteca Urban Beach, na madrugada de 1 de novembro, tornou-se, rapidamente, viral e tema da ordem do dia, no nosso país.
Desde que as imagens das agressões estão a circular na internet surgiram várias relatos de pessoas que viveram, no passado, momentos de horror semelhantes ao episódio revelado na passada quarta-feira. No entanto, as histórias não são comuns apenas a pessoas portuguesas. O britânico Connor McCreesh partilhou um texto na plataforma Medium, onde descreveu as violentas agressões que sofreu no Urban Beach, numa noite de verão, quando estava de férias com amigos, em Lisboa.
«Esta publicação refere-se a um dos atos mais impressionantes de violência gratuita e sem sentido a que já assisti. Não tenho a certeza se alguma vez me senti tão impotente. As cicatrizes mentais do incidente ainda estão frescas, semanas após o que aconteceu», começa por referir o inglês, no texto que intitulou de «Cães raivosos em Lisboa».
De seguida, o autor explica que não foi a única vítima da noite em questão, mas sim, todos os membros do grupo de amigos com quem estava nessa noite. De acordo com o mesmo, o grupo chegou à discoteca por volta das 2h30 da manhã e foi informado, pelos seguranças, que não poderia entrar no estabelecimento, pois estava a decorrer «uma festa privada». Apesar de não ter acreditado na palavra dos seguranças, Connor McCreesh considerou que não valia a pena discutir.
«Lidei com seguranças em demonstrações de poder demasiadas vezes, sei que há muito pouco a ser feito e não vale a pena motivar qualquer provocação», explica.
Preparado para descobrir outros planos para se divertir na noite lisboeta, o turista refere que começou «a ver pessoas a serem empurradas» e depois, um dos amigos a levar um soco, de um dos cinco seguranças que se encontravam ali. O amigo terá caído instantaneamente no chão e mais dois amigos terão sido também agredidos e deitados no chão. «Mas o pior ainda está para vir».
«Kib (um dos amigos) leva um grande pontapé no rosto. Parece que foi atingido por uma bomba. Vou ter com ele e, quando ainda estava a perceber o que estava a passar, (Kib) leva outro soco no queixo». Entretanto, mais cinco seguranças juntam-se às agressões: «Não são dez seguranças, são dez cães raivosos sóbrios, coordenados, claramente treinados para lutar com aqueles pontapés na cabeça».
Posto isto, Connor McCreesh conta que, com a ajuda dos amigos, tentou proteger Kib, enquanto os seguranças gritavam: «Tirem-no já daqui! Não podemos deixar ninguém entrar! Tirem-no daqui já!»
«Estou no chão a dar o meu melhor para permanecer calmo, enquanto os meus amigos gritam de medo e raiva. Há um grupo de selvagens a cercar-me e a gritar para o meu amigo quase inconsciente, pontapeando-nos e a atirar garrafas de água fria para a cara dele», continua a descrever.
Segundo o relato, poucos minutos depois, o grupo de amigos, conseguem afastar-se dos seguranças e sentar o amigo num banco, ali perto. Mas, rapidamente, um dos seguranças dirigiu-se ao grupo de amigos novamente, especificamente, a uma rapariga que tinha filmado tudo e agrediu-a igualmente:
«Ele agarrou no telemóvel dela, bateu-lhe e atirou o telemóvel para a água antes de regressar para a discoteca», revela.
Ao ver a amiga a gritar e ser agredida, Connor McCreesh coloca-se à frente da mesma e acaba por levar mais quatro murros. No mesmo momento, três dos 10 seguranças envolvidos voltam a aproximar-se do amigo que estava quase inconsciente (Kib) e começaram «a esmurrá-lo no rosto e decidiram apertar-lhe o pescoço», até este ficar, realmente, inconsciente.
O turista inglês, juntamente com os outros amigos, começaram a gritar até que, finalmente, os seguranças param e voltam para a discoteca definitivamente.
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