António Guterres avisa: “Mundo vai perder travão à guerra nuclear”
A afirmação de António Guterres surge horas depois de os EUA confirmarem a saída oficial do Tratado de Armas Nucleares de Médio Alcance, acusando a Rússia de violar este pacto bilateral.
António Guterres afirmou hoje que “o mundo vai perder um incalculável travão à guerra nuclear” com o expirar do acordo de 1987 entre Washington e Moscovo. A afirmação do secretário-geral das Nações Unidas surge horas depois de os EUA confirmarem a saída oficial do Tratado de Armas Nucleares de Médio Alcance, acusando a Rússia de violar este pacto bilateral. Este acordo, segundo Guterres, “é um marco que ajudou a estabilizar a Europa e a acabar com a Guerra Fria” acrescentando que o fim do acordo “vai incrementar e não reduzir” a ameaça sobre mísseis balísticos.
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António Guterres pede para ser encontrado um caminho
Guterres pediu aos dois países para “evitarem os desenvolvimentos destabilizadores” e para encontrarem o caminho para um novo pacto sobre o controlo de armamento. Por outro lado, secretário-geral das Nações Unidas defende que o tratado New START, o mais significativo entre Washington e Moscovo, e que termina em 2021, deve ser prolongado. Assinado em 1987 por Ronald Reagan e Mikhail Gorbachov, então Presidentes dos Estados Unidos e da antiga União Soviética, respetivamente, o tratado INF aboliu o recurso a um conjunto de mísseis de alcance (intermédio) entre os 500 e os 5 mil quilómetros e pôs fim à crise desencadeada na década de 1980 com a instalação dos SS-20 soviéticos, visando capitais ocidentais.
Retirada dos EUA
Em finais de outubro de 2018, o Presidente norte-americano, Donald Trump, acusou a Rússia de não respeitar os termos do tratado e ameaçou então sair deste acordo histórico. Após ultimatos, Washington acabaria por decidir sair do INF, afirmando que a Rússia tinha infringido as regras do tratado com o desenvolvimento de um novo sistema de mísseis: o novo míssil terrestre russo 9M729, capaz de transportar uma ogiva nuclear e com um alcance superior a 500 quilómetros. Em reação, Moscovo replicou e denunciou “acusações imaginárias” por parte dos Estados Unidos para justificar a saída do acordo.
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