Homem morre depois de receber transplante de rim com cancro
Outros dois pacientes que receberam órgãos da mesma doadora desenvolveram também cancros. Médicos realizaram por engano transplante de rim com cancro num dos maiores centros de transplante renal da Europa.
Um homem de 49 anos morreu após médicos lhe transplantarem, por engano, um rim com cancro. Parminder Singh Sidhu morreu, em agonia, em março de 2022 – um ano após o procedimento – porque os médicos não conseguiram detectar o tumor maligno no órgão. Outros dois pacientes, que receberam órgãos do mesmo doador, acabaram também por desenvolver cancro. O transplante foi realizado no Hospital Hammersmith, no Reino Unido, considerado um dos maiores centros de transplante renal da Europa.
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A equipa médica, que foi ouvida em inquérito na passada semana, assegurou que foi feito um scan completo ao corpo de Parminder Singh Sidhu quatro meses após o transplante “bem-sucedido”, durante o qual foi detetada uma lesão de 1 cm. Tumor esse que os médicos consideraram, inicialmente, ser apenas um quisto, conta o Daily Mail. Só em dezembro, a equipa médica constatou que o quisto era, na verdade, uma forma altamente agressiva de cancro que deixou o órgão doado afetado. Nessa altura, o tumor já tinha sete centímetros de comprimento. Mesmo tendo decidido retirar o órgão transplantando, o paciente morreu em março deste ano, pois os médicos não conseguiram detetar que o cancro já se havia espalhado para coluna.
Segundo a médica legista Lydia Brown, ouvida durante a investigação, o caso de Parminder Singh Sidhu é raro: “Esta morte foi causada por uma complicação conhecida, mas muito rara, de um transplante planeado.” O caso de Sidhu foi considerado tão raro que se acredita ser um de apenas 11 no mundo, entre mais de 80.000 transplantes por ano.
Em entrevista ao Daily Mail, a viúva de Sidhu disse estar indignada. ” O meu marido confiava tanto nos médicos. Como é que eles não perceberam o problema?”, questionou. “Ele queria fazer a operação para melhorar a sua vida. É muito, muito difícil para mim e para os nossos filhos agora”, desabafou.
Os testes revelaram que o cancro não era um linfoma – que ocorre em cerca de 2% dos transplantes renais porque os medicamentos imunossupressores impedem o corpo de combater as mutações celulares. Em vez disso, o próprio órgão tinha cancro. No inquérito foi referido que a equipa médica não tinha motivos para duvidar do bom estado do órgão, já que a própria doadora não tinha histórico ou sinais de cancro. As investigações sugeriram que, como a doadora morreu de ferimentos na cabeça, os médicos não sabiam que ela também tinha cancro.
Foto: D.R.
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