Irmã e cunhado de Bernie Madoff encontrados mortos
A irmã do investidor terá sido morta pelo marido, alegam as autoridades. Bernie Madoff, autor de uma das maiores e mais conhecidas fraudes financeiras de sempre, morreu na cadeia em 2021
Sondra Wiener, irmã de Bernard Madoff – um investidor norte-americano que ficou conhecido por ser responsável por um dos maiores esquemas de fraude da história financeira mundial – e o marido, Marvin Wiener, foram encontrados mortos na quinta-feira em Boynton Beach, na Flórida (EUA). As autoridades acreditam que terá sido um caso de homicídio seguido por um suicídio.
De acordo com o jornal The Guardian, Sondra Wiener, de 87 anos, e o marido, Marvin Wiener, de 90 anos, foram encontrados inconscientes, em casa, com ferimentos de bala, na tarde de quinta-feira. “Os investigadores da divisão de crimes violentos chegaram ao local para investigar mais sobre o caso. Após uma investigação mais aprofundada, parece tratar-se de um homicídio-suicídio”, afirmou o gabinete da polícia de Palm Beach. As autoridades disseram ainda que as causas da morte serão determinadas pelo Instituto Médico Legal. A mulher do filho do casal, David Wiener, pediu privacidade “neste momento de luto”.
Esta é mais uma morte suspeita na família Madoff. Em 2021, o investidor foi encontrado morto na prisão onde cumpria uma pena de 150 anos. Em 2011, o seu filho mais velho foi encontrado morto devido a suicídio no dia que marcava o segundo ano em que o seu pai tinha ido para a cadeia. Em 2009, o filho de Sondra, David Wiener, disse ao The New York Post que a mãe estava entre as milhares de pessoas que foram vítimas de Madoff.
VEJA AINDA
Ajax paga 7,8 milhões a Nouri, que não teve assistência adequada quando colapsou em campo
Madoff criou o esquema em pirâmide
Bernie Madoff, que morreu na cadeia em 2021, foi o responsável pela criação do esquema em pirâmide conhecido como esquema Madoff ou esquema ponzi. Trata-se de uma operação financeira que envolve a promessa de juros anormalmente altos a quem “investir” no esquema. No entanto, o pagamento desses elevados dividendos está dependente da entrada de novos investidores, que, sem saber, acabam por pagar os “lucros” dos investidores mais antigos. A partir do momento em que deixam de entrar novos clientes, a bolha rebenta e a vasta maioria dos investidores acaba por perder todo o seu dinheiro.
Durante várias décadas, este esquema permitiu a Madoff gozar de um estatuto de superestrela no mundo financeiro, criando o mito de que possuía “o toque de Midas” e que a sua carteira de investimentos era impermeável em relação a flutuações no mercado. Essa “aura” permitiu-lhe ganhar a confiança de dezenas de clientes com muito dinheiro para investir – entre eles algumas celebridades, como Steven Spielberg ou Kevin Bacon.
No entanto, a sorte do homem forte da alta finança acabou com a crise do subprime (também conhecida como crise imobliária), que abalou as estruturas financeiras nos Estados Unidos da América e teve um impacto tremendo na economia mundial, em 2008. As perdas registadas pelo fundo de Madoff, aliada à situação precária em que se encontrava a banca, levaram a que não conseguisse assegurar as suas obrigações financeiras, deixando exposta a natureza do esquema que organizou durante anos.
A fraude, montada para escolher a dedo um grupo muito restrito de investidores, pagava entre 10 a 16% ao ano de forma consistente. Ao todo, estima-se que a sua firma, a Bernard L. Madoff Investment Securities, tenha defraudado perto de 37 mil pessoas em 136 países ao longo de quatro décadas. Clientes como a Royal Dutch Shell, a Fairfield Greenwich Group, o Banco Santander, o BBVA e o BNP Paribas terão sido lesados milhares de milhões de euros.
Siga a Impala no Instagram