Caso Joana | Testemunha que viu menina pela última vez afirma: «morta em casa não acredito»
Ofélia Zeverino foi a última pessoa a ver Joana antes do desaparecimento.
Leonor Cipriano saiu em liberdade condicional quinta-feira, 7 de fevereiro, depois de cumprir cerca de 14 anos, cinco sextos da pena de 16 anos e oito meses por homicídio qualificado e ocultação de cadáver da filha, Joana, desaparecida a 12 de setembro de 2004, em Portimão.
Agora, na aldeia da Figueira, em Portimão, onde mãe e filha viviam na altura, surgem conversas, mas, na opinião de Ofélia Zeverino, ex-vizinha de Leonor Cipriano e a última pessoa a ver Joana antes do desaparecimento, «a maior parte das pessoas não ligou nada». «É mais conversa de acaso.» Ofélia Zeverino era proprietária de um café próximo da casa da mãe de Joana e conhecia a menina, que se dirigiu ao seu estabelecimento no dia em que desapareceu para fazer as compras que a mãe lhe pedira. Depois disso, Joana desapareceu. Sobre a razão que motivou o desaparecimento da menina, Ofélia continua com dúvidas sobre o homicídio na casa da família.
«Acho ou tenho quase certeza que morta aqui em casa, como a Judiciária quer que todos acreditem, eu não acredito», afirma.
Ex-advogado de Leonor Cipriano afirma que esta foi «acusada de crimes gravíssimos que não cometeu»
Marcos Aragão Correia foi, durante cerca de cinco anos, até finais de 2012, o advogado de defesa de Leonor Maria Domingos Cipriano, condenada a 16 anos e oito meses de prisão pelo homicídio qualificado e ocultação de cadáver da filha, Joana, desaparecida a 12 de setembro de 2004, em Portimão.
Este sábado, 9 de fevereiro, o ex-advogado de Leonor Cipriano revelou em comunicado enviado aos órgãos de Comunicação Social, estar «absolutamente seguro da total inocência da Leonor Cipriano».
«A saída de Leonor Cipriano da prisão, no dia 7 do corrente mês, não é motivo de celebração, mais sim de alívio. Não há razões para celebrar quando uma Mulher, Mãe e Cidadã inocente esteve presa pelo Estado Português durante quase 15 anos acusada de crimes gravíssimos que não cometeu. E como se não bastasse, as buscas das autoridades portugueses por Joana Cipriano foram encerradas mesmo antes da sua condenação; sem corpo, sem provas. Que alegria para os raptores!», afirma.
O advogado refere que a sua ex-cliente «foi condenada apenas com base numa confissão falsa assinada sob brutal tortura perpetrada por agentes da Polícia Judiciária portuguesa». Os dois agentes da PJ, Gonçalo de Sousa Amaral e António Nunes Cardoso, foram condenados. «Contudo, nenhum destes agentes entrou alguma vez em prisão», refere.
Marcos Aragão Correia terá deixado de ser advogado de Leonor Cipriano, em 2012, segundo afirma, por «razões pessoais».
«No longo período em que fui Advogado da Leonor, tive a oportunidade de a conhecer profundamente, bem como a todos os seus familiares mais próximos, estudei a fundo o processo judicial que esteve na base da sua condenação, trabalhei com os detectives da Método 3 que representavam os Pais de Madeleine McCann, e por todos os factos e provas de que tomei conhecimento estou absolutamente seguro da total inocência da Leonor Cipriano», acrescenta, deixando ainda um agradecimento a Leonor Cipriano:
«Um muitíssimo obrigado à Leonor Cipriano por ter confiado em mim e me ter dado a honra de a ter representado durante todos esses anos. Que usufrua da sua tão merecida liberdade!»
Texto: Marisa Simões
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