Julian Assange chegou à Austrália após acordo judicial com juiz norte-americano
O fundador da plataforma WikiLeaks, Julian Assange, chegou hoje à Austrália, a bordo de um avião fretado depois de ter formalizado o acordo que lhe garantiu a liberdade perante um tribunal nas ilhas Marianas do Norte.
O avião em que viajava aterrou às 19:40 (09:40 em Lisboa) no Aeroporto Internacional de Camberra, depois de sete horas de voo entre Saipã, no território ultramarino dos Estados Unidos das Marianas do Norte, no Pacífico.
“Após 14 anos de detenção arbitrária no Reino Unido e cinco numa prisão de segurança máxima (…), Assange regressou a casa na Austrália”, disse a WikiLeaks através das redes sociais.
Assange abandonou o avião pouco depois da aterragem.
O fundador do portal WikiLeaks vestia um fato escuro, camisa branca e ergueu um punho saudando as pessoas que o esperavam no aeroporto.
Julian Assange, 52 anos, natural da Austrália, era aguardado pela mulher, Stella Assange e pelo pai, John Shipton.
O fundador do WikiLeaks vai estar presente ainda hoje numa conferência de imprensa que vai decorrer num hotel da capital australiana.
A chegada à Austrália encerra uma “saga de 14 anos” que começou em 2010 com a maior fuga de documentos confidenciais da história dos Estados Unidos, revelando através do WikiLeaks ataques a civis no Iraque e no Afeganistão, bem como maus tratos a prisioneiros na Baía de Guantánamo, entre outras questões.
Na sequência da fuga de informação, a Suécia emitiu um mandado de captura contra Assange por acusações de abuso sexual, que foram posteriormente retiradas.
Assange refugiou-se em 2012 na embaixada do Equador em Londres, até ser detido pelas autoridades britânicas em 2019, tendo passado os últimos cinco anos numa prisão de alta segurança na capital britânica.
A imagem de Assange foi muitas vezes afetada ao longo dos anos, em especial quando a plataforma WikiLeaks divulgou milhares de e-mails pirateados do Partido Democrata dos Estados Unidos e da equipa de Hillary Clinton em 2016, durante a campanha presidencial norte-americana.
Na altura, estas revelações mereceram elogios do candidato republicano Donald Trump.
Segundo a CIA, os documentos foram obtidos por agentes russos, mas a WikiLeaks negou.
Em 2011, os cinco jornais (entre os quais o New York Times, Guardian e Le Monde) associados à plataforma WikiLeaks condenaram o método da plataforma de tornar públicos telegramas do Departamento de Estado dos Estados Unidos não editados, argumentando que eram suscetíveis de “colocar em perigo certas fontes”.
No final de 2022, os mesmos jornais apelaram à Administração norte-americana para que retirasse as acusações contra Julian Assange.
PSP // APN
Lusa/fim
By Impala News / Lusa
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