Sandra Felgueiras | Nunca o programa teve “uma suspensão durante um ato eleitoral”

A jornalista da RTP Sandra Felgueiras disse hoje que “era possível” ter emitido o “Sexta às 9” a 13 de setembro, com o tema do lítio, acrescentando que, até à data, o programa nunca tinha sido suspenso durante campanhas eleitorais. E alertou que as suas declarações podem ter repercussões profissionais.

Sandra Felgueiras | Nunca o programa teve

A jornalista da RTP Sandra Felgueiras disse hoje que “era possível” ter emitido o programa “Sexta às 9” a 13 de setembro com o tema do lítio, acrescentando que , até à data, o programa nunca tinha sido suspenso durante campanhas eleitorais. “Se me perguntam diretamente se era possível fazer o programa ‘Sexta às 9’ durante o mês de setembro, a minha resposta é ‘sim, era possível com o lítio'”, afirmou a jornalista numa audição na comissão de Cultura e Comunicação, na Assembleia da República, em Lisboa.

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“Em oito anos de coordenação” o ‘Sexta às 9’, nunca teve “uma suspensão durante um ato eleitoral”

A jornalista acrescentou que “nunca” na sua vida, “em oito anos de coordenação” do ‘Sexta às 9’, o programa teve “uma suspensão durante um ato eleitoral”. Sandra Felgueiras referiu que na Direção de Informação da RTP comunica com Maria Flor Pedroso (diretora) e Cândida Pinto (diretora-adjunta), e que é à diretora-adjunta a quem reporta semanalmente “tudo” o que faz e o que tem “em linha de vista”.

“Comuniquei, naturalmente, à Cândida Pinto em julho que este [o lítio] seria o tema de andamento e de prossecução. Objetivamente, a reportagem que iria ser emitida a 13 de setembro era a reportagem do lítio, era isto que estava previsto”, acrescentou a jornalista da RTP em audição no parlamento. Sandra Felgueiras explicou que “não foi assim, porque dia 23 de agosto” houve uma “reunião presencial com Cândida Pinto e Maria Flor Pedroso” onde foi comunicado que o programa voltaria dia 11 de outubro.

“Os ajustes foram apenas no dia 6”

“Foi-me dito que iria haver ajustes em função da campanha eleitoral. O que reparo e vejo é que, de facto, os ajustes foram apenas no dia 6 [de setembro]. No dia 13 não houve nada, no dia 28 houve um programa ‘Eu, cidadão’, curiosamente feito por Cândida Pinto, dia 26 não houve nenhum especial sobre Tancos, apesar de o programa ‘Sexta às 9’ ter sido o amplo difusor de um caso que o Ministério Público acabou por confirmar em acusação pública”, prosseguiu a jornalista.

Sandra Felgueiras continuou, afirmando que “o programa estava previsto arrancar dia 13 de setembro, mas dia 6 havia um debate eleitoral entre António Costa e Catarina Martins. Curiosamente, dia 13 não houve nada, apenas a passagem do programa ‘Joker’ para as nove da noite”.

Jornalista denuncia precariedade

A jornalista começou a sua intervenção clarificando que representa uma equipa “de quatro pessoas” que fazem jornalismo de investigação, “sendo que uma delas é precária”. “Estou mandatada por todas essas pessoas que me acompanham a dar as respostas, mas peço que os senhores deputados compreendam que tudo aquilo que vou dizer hoje poderá ter repercussões profissionais, não só na minha vida como na vida destas pessoas”, alertou.

A 30 de outubro, a RTP-TV esclareceu que a reportagem sobre o lítio só ficou pronta “horas antes” da sua divulgação, rejeitando a utilização deste caso como “arma de arremesso político-partidário”. “A Direção de Informação da RTP-TV jamais tolerará ser utilizada como arma de arremesso político-partidário seja por quem for”, sublinha-se na nota assinada pela diretora de informação, Maria Flor Pedroso, e por todos os elementos da sua equipa.

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