Manuel Pinho recusa explicar os milhões de euros que terá recebido de forma ilícita do Grupo Espírito Santo através de offshores durante o período em que foi Ministro da Economia (2005-2009). O advogado do ex-ministro socialista garante que as explicações serão dadas apenas quando houver uma acusação formal no processo. O Ministério Público (MP) crê que em causa estão “luvas” pagas por Ricardo Salgado, ex-presidente do BES, que terão rendido ao antigo governante e à mulher, Alexandra Pinho, mais de cinco milhões de euros.

No despacho do juiz Carlos Alexandre, avança a SIC, pode ler-se que Manuel Pinho está fortemente indiciado por ter recebido vantagens patrimoniais do GES e da EDP através de um alegado pacto oculto com os outros arguidos Ricardo Salgado e António Mexia. O Ministério Público diz que existe um risco sério de continuação da dissipação do património que foi ilicitamente conseguido e se encontra oculto e em parte incerta fora de Portugal. No despacho, pode ler-se ainda que o ex-ministro, quando se apresentou no último interrogatório e foi revistado, não tinha qualquer cartão de crédito e débito com “medo de que o MP conheça onde se encontram localizadas as quantias monetárias de que dispõe”.

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Manuel Pinho não pode pagar caução de 6 milhões de euros e fica em prisão domiciliária

Manuel Pinho está detido em casa, com a GNR à porta até lhe ser colocada uma pulseira eletrónica.  “O Ministério Público tinha pedido prisão preventiva para o Dr. Manuel Pinho, obteve a obrigação de permanecer em casa, a chamada prisão domiciliária. Em alternativa, tem a possibilidade de pagar caução de seis milhões. Como não tem esses seis milhões, vai ficar em prisão domiciliária enquanto esta medida se mantiver”, afirmou Ricardo Sá Fernandes, advogado de Manuel Pinho, completando: “Esta questão está posta de lado. Não tem possibilidade de pagar”.

Em declarações à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, o advogado confirmou que a mulher do ex-governante, Alexandra Pinho – que ficou sujeita a uma caução de um milhão de euros, além da apreensão do passaporte e a obrigação de apresentações quinzenais numa esquadra da PSP -, também “não vai pagar, seguramente”, permanecendo numa residência provisória até que fiquem concluídas as obras numa casa do casal “no Norte” de Portugal. Ricardo Sá Fernandes deixou duras críticas à atuação do Ministério Público (MP), rejeitando qualquer “perigo de fuga” do casal e questionando os fundamentos apresentados.

Casal Pinho instala-se em casa com piscina a 200m da praia de Albufeira

Manuel Pinho está com a mulher, Alexandra, numa casa de férias, a 200 metros da praia de Santa Eulália, em Albufeira, na “Casa São Firmino”. Depois de ser sujeito a prisão domiciliária, anteontem, o casal viajou para o Algarve, onde chegou pelas 22 horas. Ontem, os portões abriram-se diversas vezes para que ali fossem entregues bens alimentares e roupa. O casal também recebeu visitas.

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