Ministra da Saúde garante que «não há descontrolo» em Lisboa, mas assume «situação de sobressalto»
A ministra da Saúde foi entrevistada, esta quarta-feira, na ‘Grande Entrevista’ da RTP. Marta Temido considerou que a situação na zona de Lisboa e Vale do Tejo é de «sobressalto, que não nos deixa estar tranquilos».
A ministra da Saúde foi entrevistada, esta quarta-feira, na ‘Grande Entrevista’ da RTP. Marta Temido considerou que a situação na zona de Lisboa e Vale do Tejo é de «sobressalto, que não nos deixa estar tranquilos». No entanto, recusa a ideia de que a pandemia da covid-19 esteja descontrolada.
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Face ao número de infetados na zona, a ministra explicou que os mesmos se têm «mantido um planalto», mas assumiu a «dificuldade em quebrar as cadeias de transmissão» do vírus. «Não se pode falar em descontrolo», afirmou, sendo que para isso teria de haver um «crescimento exponencial e reflexos em termos de sobreutilização do SNS», justificou.
Depois de Portugal ter sido elogiado pela forma como lutou contra a pandemia, a ministra considerou que a esta primeira fase de desconfinamento causou «uma expectativa de que este fosse um problema eventualmente ultrapassado com maior facilidade do que realmente é». Acreditava que «pudéssemos ter o país a responder de forma homogénea. Não é isso que está a acontecer», assumiu.
Por se ter mantido «uma percentagem relativamente constante de cerca 90% dos mesmos internados por Covid-19 em Lisboa e Vale do Tejo», há a necessidade de «manter, por precaução, a atividade de rotina suspensa na Área Metropolitana de Lisboa (AML) nestes cinco concelhos mais alerta e daí advém uma preocupação para todos como sociedade.» «É uma situação de sobressalto que não nos deixa estar tranquilos», continuou.
Zona norte tem melhores recursos de saúde pública? «É um facto»
«Temos 363 médicos de saúde pública no país», afirmou a ministra, assumindo depois que este número é «claramente pouco». A idade média destes profissionais é de 59 anos, valor que reflete o nível de envelhecimento dos profissionais desta especialidade.
«É uma especialidade que tradicionalmente não era atrativa. Pela inexistência de contacto com o doente era considerada menos aliciante. Também pelas circunstâncias remuneratórias, por não haver determinadas compensações que há noutras especialidades. Era, das especialidades, uma das últimas a serem escolhidas», referiu.
Quando questionada sobre se a zona Norte do país tem melhores recursos para a saúde pública, Marta Temido foi assertiva. «É um facto. Temos 38% dos médicos de saúde pública no Norte, 28% em Lisboa e Vale do Tejo. São números redondos.»
Críticas de Medina: «Não podemos dizer que as chefias (…) são incompetentes»
O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, teceu duras críticas ao trabalho das chefias da saúde. Perante isto, a ministra considerou que «o longo destes quatro meses, o Ministério, as autoridades de Saúde e a Direção-Geral da Saúde têm sido objeto de muita atenção, muito escrutínio e muitos reparos.»
Marta Temido considera que é necessária maior eficácia, acrescentando que não se pode fazer uma leitura tão «imediatista» face a um «conjunto de pessoas que têm procurado com as suas fragilidades dar a melhor resposta possível».
«Não podemos dizer que as chefias do nosso país na área da saúde pública, que nos ajudaram a chegar até aqui, são incompetentes», afirmou.
Segunda vaga no inverno? «Estamos preocupados»
São vários os especialistas que apontam para a possibilidade de uma segunda vaga da covid-19, em Portugal, durante o próximo inverno. «Estamos obviamente preocupados com essa circunstância, que poderá não vir a verificar-se, mas que tudo leva a crer que se venha a verificar e que se possa verificar numa altura especialmente sensível, a altura da gripe», referiu.
Poderemos ter «a circular não só o Sars–Cov-2 mas também o vírus da gripe, com alguma semelhança de sintomatologia que levará a uma maior dificuldade na identificação de casos e na separação dos casos que sejam de infeção por Covid-19. Estamos preocupados». Assim, as autoridades estão a trabalhar «em três linhas, desde logo no reforço da capacidade laboratorial. Precisamos de ampliar significativamente a nossa capacidade de testagem, aliás tem sido um dos sustentáculos da nossa ação para conseguir identificar mais cedo. Continuamos a estratégia, mas queremos ir mais além», assumiu.
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