Ministra aos berros na Loja do Cidadão por culpa do tempo de espera

«Episódio lamentável que envergonharia qualquer ditador». É desta forma que o responsável sindical descreve a atuação da ministra no passado sábado, na Loja do Cidadão das Laranjeiras.

Ministra aos berros na Loja do Cidadão por culpa do tempo de espera

Alexandra Leitão está no centro da polémica após ter sido acusada pelo Sindicato dos Trabalhadores dos Registos e Notariado de ter destratado os trabalhadores de uma Loja do Cidadão, por culpa dos tempos de espera registados. O Governo refuta as acusações, explica que o atendimento sem marcação não estava a ser cumprido e que a ministra “demonstrou a sua preocupação com a necessidade de responder em tempo razoável”.

O responsável sindical Arménio Maximino denunciou que a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública visitou, no passado sábado, a Loja do Cidadão das Laranjeiras, em Lisboa, e que “destratou os trabalhadores” por causa do tempo longo de espera dos utentes. Nesta quinta-feira, em declarações à TSF, o sindicalista acusou a governante de ter tido uma “atitude completamente autoritária, sem nenhuma razão, à frente de todos os utentes”,  descrevendo a situação como um “episódio lamentável que envergonharia qualquer ditador“.

“A senhora ministra, tanto quanto sabemos, começou aos berros contra os funcionários, porque havia filas, porque um senhor estava à espera há 11 horas para ser atendido…”, disse, lembrando os milhares de cidadãos que estão “há meses à espera de serem atendidos”.

Num esclarecimento enviado ao Jornal de Notícias, a tutela rejeita todas as acusações feitas à ministra, que se terá limitado “a velar pelo cumprimento do que estava estabelecido no despacho” assinado a 18 de agosto. “No sábado, dia 4 de setembro, tendo tido sido alertada pela Agência para a Modernização Administrativa (AMA) – entidade gestora das Lojas do Cidadão – para o facto de não terem sido distribuídas senhas para atendimento espontâneo, a Ministra […] dirigiu-se à Loja de Cidadão das Laranjeiras, cerca das 14 horas, para verificar pessoalmente o que se passava. Já na Loja, foi confrontada com o facto de um cidadão se encontrar à espera há mais de 10 horas para ser atendido para a emissão de passaporte”, expõe a nota do ministério.

Tendo em conta o despacho acima mencionado, que “estabelece as orientações para o atendimento sem marcação prévia nas Lojas de Cidadão, designadamente para que este seja compatibilizado com o atendimento previamente agendado, o que pressupõe a distribuição de senhas diárias para atendimento espontâneo”, “a ministra deu indicação para que o cidadão fosse atendido imediatamente, até porque havia poucas pessoas a aguardar e, por isso, não haveria motivo para se manter o cidadão mais tempo à espera”.

O esclarecimento da tutela acrescenta ainda que “a ministra demonstrou a sua preocupação com a necessidade de responder aos cidadãos em tempo razoável, o que não estava a acontecer naquele caso em particular”. “Reconhecendo que os constrangimentos provocados pela pandemia aumentaram muito a pressão sobre os serviços, a Ministra considera que o cumprimento do seu despacho não pode ser posto em causa, uma vez que se trata de assegurar a qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos”, remata a nota.

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