Moçambicana LAM no mercado para contratar aviões Embraer ERJ190 e Boeing 737-700
A transportadora estatal Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) avançou hoje com um procedimento para tentar contratar o fornecimento de aeronaves Embraer ERJ190 e Boeing 737-700, segundo edital consultado pela Lusa.
O concurso envolve a submissão de manifestações de interesse para o fornecimento de aeronaves, destes dois modelos, por empresas ou consórcios nacionais ou estrangeiros e vai decorrer até 07 de fevereiro.
Fonte da companhia aérea explicou à Lusa que este procedimento não tem, nesta fase, quantidades de aeronaves a contratar, decisão que vai depender das propostas apresentadas neste concurso.
A LAM opera 12 destinos no mercado doméstico, a nível regional voa regularmente para Joanesburgo, Dar-Es-Salaam, Harare, Lusaka, e Cidade do Cabo, e Lisboa é o único destino intercontinental, mas a companhia tem enfrentado sucessivos problemas operacionais.
Entretanto, a LAM escolheu na semana passada Marcelino Gildo Alberto para presidente do conselho de administração, a terceira nomeação para liderar a companhia aérea em menos de um ano.
Segundo um comunicado da LAM, a decisão foi tomada em assembleia-geral extraordinária da companhia, entrando em vigor em 22 de janeiro, o mesmo acontecendo com a cessação de funções de Américo Muchanga, que liderava a transportadora aérea desde julho de 2024, mas que foi entretanto empossado no cargo de ministro das Comunicações e Transformação Digital.
Trata-se do terceiro novo líder executivo da LAM em praticamente 11 meses, substituindo Américo Muchanga, que por sua vez tinha rendido Theunis Crous, da Fly Modern Ark (FMA), empresa sul-africana contratada para recuperar a LAM.
O sul-africano ocupou interinamente a função de diretor-geral da LAM – até então o presidente do conselho de administração da LAM era não executivo, o que foi entretanto alterado – de fevereiro a julho de 2024.
Marcelino Gildo Alberto ocupou antes o cargo de presidente do conselho de administração da estatal Eletricidade de Moçambique (EDM), tendo sido exonerado em julho de 2024.
O contrato entre a FMA e a LAM terminou em 12 de setembro de 2024 e vigorava desde abril de 2023, quando a sul-africana foi chamada para implementar uma estratégia de revitalização da empresa após anos de problemas operacionais relacionados com uma frota reduzida e falta de investimentos, com registo de alguns incidentes, não fatais, associados por especialistas à ineficiente manutenção das aeronaves.
Entretanto, a companhia devolveu este mês à Indonésia o avião cargueiro Boeing 737-300 após um ano sem operar, devido à falta de certificação nacional e do reconhecimento das modificações da aeronave pelo fabricante, confirmou anteriormente a autoridade reguladora da aviação.
“Foi verificado que nem todos os documentos que são necessários para este tipo de certificação estavam completos”, disse o presidente do conselho de administração do Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM), autoridade reguladora, João de Abreu.
Em causa está a devolução do avião cargueiro Boeing 737-300 ao país de origem, a Indonésia, confirmada em comunicado de imprensa pelas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) com a justificação de “não ter tido uma certificação nacional”, esclarecendo que o mesmo se manteve em Moçambique de 31 de dezembro de 2023 a 18 de janeiro de 2025.
João de Abreu explicou que o avião cargueiro não chegou a operar em Moçambique devido à falta de certificação nacional, acrescentando que igualmente foi alvo de modificações de uma aeronave de passageiros para de carga sem o devido conhecimento do fabricante, que igualmente não foi notificado para o efeito.
PVJ // SB
By Impala News / Lusa
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