Morreu Carlos Burity: Governo diz que cultura angolana fica “mais pobre”
O Governo angolano recebeu com “profunda dor e consternação” a notícia da morte do cantor angolano Carlos Burity, considerando que a “cultura angolana fica mais pobre, com a perda de mais um grande compositor”.
Adjany Costa, ministra da Cultura, Turismo e Ambiente, endereçou à família do músico “as mais sentidas condolências”, sublinhado que o Governo angolano se “curva perante a emblemática figura de Carlos Burity”.
Carlos Burity morreu hoje de manhã, aos 67 anos, vítima de doença prolongada. O música já tinha estado internado há um mês e estava a recuperar em casa, mas começou a sentir-se “cansado e abatido” e teve de voltar à Clínica Girassol, em Luanda, onde acabou por morrer, de acordo com o amigo e promotor músico, Maló Jaime, em declarações à Lusa.
“[Carlos Burity] deixou um legado muito grande no semba. É um dos maiores artistas do semba em Angola”, salientou Maló Jaime, que acompanhava a carreira do artista e promovia os seus espetáculos há vários anos.
Carlos Burity tinha terminado recentemente a gravação de um novo álbum que iria ser lançado este ano.
O cantor foi, com Carlitos Vieira Dias e Bonga, um dos principais nomes do Novo Semba em Angola. Iniciou a sua carreira no início dos anos 70 do século passado, e em 1974 gravou, com o Grupo Semba, uma seleção de temas angolanos que ficaram na história da música popular angolana.
Em 1983, Burity juntou-se ao “Canto Livre de Angola”, um projeto do cantor brasileiro Martinho da Vila, que o levou ao Brasil com outros nomes importantes da música angolana e com quem integrou o agrupamento Semba Tropical, que viria a gravar um álbum de sucesso em Londres.
Depois de um longo período sem gravar, Burity ressurgiu com um êxito assinalável em 1991, com “Angolaritmo”, lançando no ano seguinte “Carolina”, “Massemba”, em 1996, “Uanga”, em 1998, “Zuela ó Kidi”, em 2002, “Paxiiami”, em 2006, e mais recentemente, “Malalanza”, em 2010.
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