Mais de 100 mortos em manifestações pós-eleitorais em Moçambique

Pelo menos 103 pessoas morreram nas manifestações pós-eleitorais em Moçambique desde 21 de outubro, segundo atualização feita hoje pela Organização Não-Governamental (ONG) Plataforma Eleitoral Decide.

Mais de 100 mortos em manifestações pós-eleitorais em Moçambique

De acordo com o relatório divulgado por aquela plataforma de monitorização eleitoral em Moçambique, só de 3 a 7 de dezembro, na atual fase de manifestações, há registo de 27 vítimas mortais, nomeadamente 10 em Gaza e oito em Nampula, além de três mortos em Cabo Delgado.

Anteriormente, aquela ONG já tinha também contabilizado pelo menos 274 pessoas baleadas durante as manifestações e paralisações de contestação aos resultados eleitorais desde 21 de outubro e 3.450 detidos.

O candidato presidencial Venâncio Mondlane apelou para uma nova fase de contestação eleitoral de uma semana, de 04 a 11 de dezembro, em “todos os bairros” de Moçambique, com paralisação da circulação automóvel das 08:00 às 16:00 (menos duas horas em Lisboa).

“Todos os bairros em atividade forte”, disse Venâncio Mondlane, que não reconhece os resultados anunciados das eleições gerais de 09 de outubro, numa intervenção através da conta oficial na rede social Facebook.

Tal como aconteceu na fase anterior de contestação, de 27 a 29 de novembro, o candidato presidencial pediu que as viaturas parem de circular das 08:00 às 15:30 (menos duas horas em Lisboa), seguindo-se então 30 minutos para se entoar os hinos de Moçambique e de África nas ruas, o que se verificou nos últimos dias em várias artérias centrais, nomeadamente, de Maputo.

“Vamo-nos manifestar de forma ininterrupta, sem descanso. Vão ser sete dias cheios (…). Todas as viaturas, tudo o que se move, fica parado”, insistiu, pedindo aos automobilistas para colarem cartazes de contestação nas viaturas que circulem até às 08:00 e depois das 16:00.

O anúncio pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique, em 24 de outubro, dos resultados das eleições de 09 de outubro, em que atribuiu a vitória a Daniel Chapo, apoiado pela Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, partido no poder desde 1975) na eleição para Presidente da República, com 70,67% dos votos, espoletou protestos populares, convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane e que têm degenerado em confrontos violentos com a polícia.

Segundo a CNE, Mondlane ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas este não reconhece os resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

Impala Instagram


RELACIONADOS