OMS precisa de 19 ME para resposta humanitária em Cabo Delgado

A Organização Mundial da Saúde (OMS) precisa de 20,7 milhões de dólares (19 milhões de euros) para resposta humanitária a 434.000 pessoas na província moçambicana de Cabo Delgado, assolada por ataques armados desde 2017.

OMS precisa de 19 ME para resposta humanitária em Cabo Delgado

De acordo com um relatório do Health Cluster – unidade da OMS que junta esforços para prestar apoio de emergência em vários países -, consultado hoje pela Lusa, o apoio será concretizado em 16 distritos daquela província do norte do país.

“Para o plano de resposta humanitária de 2025, a Health Cluster responderá a três objetivos (…) que cobrirão uma total de 434.000 beneficiários até o fim do ano”, explica-se no documento.

Desde outubro de 2017, Cabo Delgado, rica em gás, enfrenta uma rebelião armada, que provocou milhares de mortos e uma crise humanitária, com mais de um milhão de pessoas deslocadas.

Segundo a Health Cluster, do valor necessário para a resposta humanitária, 16,7 milhões de dólares (15,3 milhões de euros) serão aplicados para ajuda às vítimas do terrorismo, 2,6 milhões de dólares (2,6 milhões de euros) para os desastres naturais e o restante para emergências de saúde pública na província.

Só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques de grupos extremistas islâmicos nessa província, um aumento de 36% face ao ano anterior, segundo dados divulgados recentemente pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano que analisa conflitos em África.

O último grande ataque deu-se em 10 e 11 de maio de 2024, à sede distrital de Macomia, com cerca de uma centena de rebeldes a saquearem a vila, provocando vários mortos e fortes combates com as Forças de Defesa e Segurança de Moçambique e militares ruandeses, que apoiam Moçambique no combate aos ataques armados.

Esta província é também assolada pelos recorrentes eventos extremos, como ciclones e tempestades, que já provocaram pelo menos 1.016 mortos em Moçambique entre 2019 e 2023, afetando cerca de 4,9 milhões de pessoas, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).

Moçambique está em plena época chuvosa, que decorre entre outubro e abril, período em que foram já registados os ciclones Chido e Dikeledi, que afetaram, principalmente, o norte do país.

Os ciclones atingiram Moçambique entre dezembro do ano passado e janeiro último, com maior impacto para as províncias de Cabo Delgado e Nampula, tendo afetado cerca de 736.000 pessoas e causado a destruição de infraestruturas públicas e privadas.

O mais recente ciclone tropical a atingir Moçambique é o Jude que entrou no país através do distrito de Mossuril, em Nampula, com ventos de 140 quilómetros por hora e rajadas até 195 quilómetros por hora.

LYCE // JMC

By Impala News / Lusa

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