Afeganistão: Pentágono admite incapacidade de retirar todos os civis pretendidos
O Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano admitiu hoje a incapacidade de retirar do Afeganistão todos os civis estrangeiros e afegãos que pretendiam abandonar o país tomado pelos talibãs.
O Departamento de Defesa (Pentágono) norte-americano admitiu hoje a incapacidade de retirar do Afeganistão todos os civis estrangeiros e afegãos que pretendiam abandonar o país tomado pelos talibãs.
“Não podíamos retirar todos que queríamos”, afirmou o general Kenneth McKenzie, líder do comando central dos EUA, adiantando que a retirada de afegãos e estrangeiros foi concluída “cerca de 12 horas” antes da retirada dos últimos militares.
Segundo o general, as forças norte-americanas estiveram disponíveis para retirar qualquer pessoa que alcançasse o aeroporto “até ao último minuto”.
O último avião C-17 norte-americano descolou hoje do aeroporto de Cabul, às 20:29 de Lisboa, segundo o Pentágono.
O embaixador e um general foram os últimos norte-americanos a deixar o Afeganistão, disse o Pentágono.
“A bordo do último avião estava o general Chris Donahue. Estava acompanhado pelo embaixador Ross Wilson”, disse o general Kenneth McKenzie, em conferência de imprensa.
Os Estados Unidos terminaram hoje a sua guerra mais longa com a retirada militar do Afeganistão, país que invadiram há 20 anos, logo após terem sofrido os ataques terroristas de 11 de Setembro.
Os EUA deixam o Afeganistão de novo nas mãos dos talibãs, cujo primeiro regime (1996-2001) tinham derrubado em dezembro de 2001, quando o grupo extremista se recusou a entregar o então líder da Al-Qaida, Osama bin Laden.
A retirada das forças internacionais foi negociada com os talibãs, em fevereiro de 2020, e ocorre 15 dias depois de o movimento rebelde ter conquistado Cabul, depondo o Presidente Ashraf Ghani.
A vitória dos talibãs desencadeou uma operação das forças internacionais que permitiu retirar do país mais de 100.000 estrangeiros e afegãos a partir do aeroporto de Cabul.
Com a capital afegã controlada pelos talibãs, a operação foi marcada pelo desespero de milhares de afegãos a querer fugir do país e por ataques do grupo extremista Estado Islâmico, incluindo um atentado bombista que matou cerca de 200 pessoas.
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