Ainda há explosivos de Tancos desaparecidos
O material que foi furtado do quartel de Tancos, Santarém, em 2017, ainda não foi todo recuperado, noticia o semanário Expresso, que refere que ainda existem granadas e explosivos por devolver.
O material que foi furtado do quartel de Tancos, Santarém, em 2017, ainda não foi todo recuperado, noticia hoje o semanário Expresso, que refere que ainda existem granadas e explosivos por devolver.
Segundo o semanário, os procuradores do Ministério Público salientam num recurso que, “ao contrário do que tinha sido veiculado pelo Exército e pelo Ministério da Defesa”, ainda existe material que não foi recuperado.
O jornal salienta que em causa estão granadas e explosivos, referindo que o Ministério Público considera que “a segurança nacional está em perigo enquanto os assaltantes não forem capturados”.
O furto de material militar de Tancos — instalação entretanto desativada — foi detetado a 28 de junho durante uma ronda móvel, pelas 16:30, por um sargento e um praça ao serviço do Regimento de Engenharia 1.
Entre o material furtado estavam granadas, incluindo antitanque, explosivos de plástico e grande quantidade de munições.
A 18 de outubro passado, a Polícia Judiciária Militar recuperou, na zona da Chamusca, quase todo o material militar que tinha sido furtado da base de Tancos no final de junho, à exceção das munições de 9 milímetros.
Contudo, entre o material encontrado, num campo aberto na Chamusca, num local a 21 quilómetros da base de Tancos, havia uma caixa com cem explosivos pequenos, de 200 gramas, que não constava da relação inicial do que tinha sido roubado.
Marcelo diz-se preocupado
O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, reafirmou hoje “a exigência de esclarecimento cabal” do ocorrido com o desaparecimento de armamento em Tancos, há um ano, e manifestou “preocupação”.
Numa nota publicada esta noite na página oficial da Presidência da República, após ter sido divulgada uma notícia do jornal Expresso a dizer que “ainda há explosivos de Tancos à solta”, Marcelo Rebelo de Sousa diz que reafirma essa exigência de esclarecimento “de modo ainda mais incisivo e preocupado”.
A nota de preocupação do Presidente surge no mesmo dia em que foi conhecida a primeira página do semanário Expresso de sábado, na qual se diz que, ao contrário do divulgado pelo Exército e pelo Ministro da Defesa, o Ministério Público diz que ainda há material militar desaparecido e que há granadas e explosivos que não foram encontrados.
Na nota Marcelo Rebelo de Sousa, que por inerência é o Chefe Supremo das Forças Armadas, diz ter a certeza “de que nenhuma questão envolvendo a conduta de entidades policiais encarregadas da investigação criminal, sob a direção do Ministério Público, poderá prejudicar o conhecimento, pelos portugueses, dos resultados dessa investigação”.
“Que o mesmo é dizer o apuramento dos factos e a eventual decorrente responsabilização”, conclui o Presidente da República.
A 1 de março passado, o Presidente da República defendeu uma investigação “mais longe e a fundo” aos casos que envolveram as Forças Armadas nos últimos tempos, como o do desaparecimento de armamento do paiol de Tancos.
O alerta foi deixado por Marcelo Rebelo de Sousa na cerimónia de posse do novo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas (CEMFA), almirante António Silva Ribeiro, no Palácio de Belém, em Lisboa, e em que falou nos desafios e dificuldades da instituição nos últimos anos.
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