Alemanha receia vaga de 10 milhões de refugiados se Ucrânia perder a guerra

O Governo alemão teme uma vaga de 10 milhões de refugiados ucranianos à Europa Ocidental, especialmente à Alemanha, se no pior dos cenários a Ucrânia perder a guerra contra a Rússia, avança hoje o diário “Welt am Sonntag”.

Alemanha receia vaga de 10 milhões de refugiados se Ucrânia perder a guerra

Os meios de comunicação alemães afirmam ter por base informações de círculos de segurança alemães e deputados, embora o Ministério do Interior e a polícia tenham afirmado, quando questionados, que não queriam fazer previsões sobre a evolução dos fenómenos migratórios.

Desde o início da guerra, em fevereiro de 2022, chegaram à Alemanha 1,1 milhões de cidadãos ucranianos.

Segundo a Agência da ONU para Refugiados (ACNUR), há 3,7 milhões de pessoas deslocadas internamente na Ucrânia e cerca de 5,9 milhões de ucranianos fugiram do país, procurando refugio noutros países europeus.

O líder do partido da oposição alemão, União Democrata-Cristã (CDU), Roderich Kiesewetter, afirmou ao jornal alemão que, com o senado norte-americano a bloquear a ajuda à Ucrânia, a Europa é mais responsável do que nunca pelo destino do país.

Para Roderich Kiesewetter, os Estados que apoiam agora a Ucrânia teriam de aumentar significativamente a ajuda militar face à hesitação dos Estados Unidos da América (EUA).

“Se não alteramos a estratégia de apoio à Ucrânia, no pior cenário possível, um êxodo em massa e uma expansão da guerra aos países da NATO, será muito mais provável. Por isso, 10 milhões de refugiados é uma estimativa baixa”, afirmou.

Já o investigador em migração, Geral Knaus, partilha da mesma avaliação, ao assinalar que, “se a Ucrânia perder a guerra, muito mais de 10 milhões de refugiados poderão chegar à União Europeia”.

“Já é hoje o maior movimento de refugiados na Europa desde os anos 1940”, enfatizou.

Apesar dos atuais problemas da Ucrânia na guerra, face à falta de munições e o impasse nas frentes de combate, o Governo alemão acredita que o país tem meios militares e financeiros para manter a defesa e estabilidade até ao final deste ano, indica o jornal diário.

 

SPC // EA

Lusa/Fim

By Impala News / Lusa

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