Alexandra Leitão anuncia à bancada que PS vota contra moção de confiança
A líder da bancada socialista, Alexandra Leitão, anunciou hoje ao grupo parlamentar que o PS votará contra a moção de confiança que o Governo leva ao parlamento, confirmou fonte oficial do partido.

O anúncio da orientação de voto socialista contra a moção de confiança ao Governo foi feito na reunião do grupo parlamentar do PS que decorre esta manhã no parlamento, à porta fechada, horas antes do debate e votação da moção de confiança que tem chumbo anunciado e que levará à queda do executivo liderado por Luís Montenegro. O voto contra do PS face à moção de confiança já tinha sido confirmado na véspera pelo secretário-geral, Pedro Nuno Santos, quer na entrevista à SIC quer na reunião da Comissão Política Nacional do PS.
À saída dessa reunião do órgão do PS, o líder socialista, Pedro Nuno Santos, defendeu que o partido “está unido neste momento importante” para Portugal, reiterando que evitar a crise política está nas mãos do primeiro-ministro porque é quem pode retirar a moção de confiança. Segundo informação adiantada por fontes do PS, Pedro Nuno Santos defendeu, durante a reunião, que nas últimas semanas aumentaram as razões para não aprovar uma moção de confiança, rejeitando sustentar um outro nome para primeiro-ministro caso o PSD o propusesse no cenário de queda do Governo.
No final da Comissão Política do PS, o dirigente Carlos Zorrinho afirmou que o PS “está totalmente unido” para rejeitar a moção de confiança do Governo, acusando o primeiro-ministro de ter preferido “a turbulência à transparência”.
O dirigente socialista Álvaro Beleza que, segundo fontes socialistas, reiterou na reunião a sua posição de que o seu partido não deveria votar contra a moção de confiança, disse à saída aos jornalistas que prefere um secretário-geral como Pedro Nuno Santos, que “não volta atrás” com a palavra sobre a moção de confiança, do que um “líder habilidoso”.
A Assembleia da República debate e vota nesta yarde a moção de confiança ao Governo, com chumbo anunciado e que ditará a demissão do executivo, apenas um ano e um dia após a vitória da AD nas legislativas antecipadas. A moção, intitulada “Estabilidade efetiva, com sentido de responsabilidade”, foi anunciada pelo primeiro-ministro a 5 de março, na abertura do debate da moção de censura do PCP ao executivo minoritário PSD/CDS-PP, perante dúvidas levantadas quanto à vida patrimonial e profissional de Luís Montenegro.
No final, caso a moção não seja retirada (hipótese já afastada pelo Governo), segue-se de imediato a votação. Além de PSD e CDS-PP, apenas a IL anunciou que votará a favor, com PS, Chega, PCP, BE e Livre a garantirem o ‘chumbo’ do documento.
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