André Ventura ameaça que o Chega lutará até “na clandestinidade”
André Ventura, líder do Chega, ameaçou hoje em resposta ao socialista e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, que colocou a hipótese de o recém-formado partido vir a ser ilegalizado.
O líder do Chega dramatizou hoje o seu discurso em resposta ao socialista e presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, que na sexta-feira colocou a hipótese de o recém-formado partido vir a ser ilegalizado. “É uma afronta nunca vista em democracia, própria das ditaduras, de um presidente de Câmara com tiques ditatoriais, quando se pretende remeter à obscuridade aquela que é, segundo as sondagens, a terceira ou quarta força política portuguesa”, diz André Ventura.
Segundo o deputado único do partido nacional-populista, “se o Chega for ilegalizado, os seus apoiantes, militantes e dirigentes não desaparecerão por magia e continuarão a fazer a sua luta na clandestinidade, contra um sistema que esqueceu o que era a democracia”. “O sistema tem de saber isto: não deixaremos de lutar mesmo que usem as armas mais baixas contra nós. Ilegalizar o Chega é remeter milhares de pessoas para a luta de clandestinidade”. “E nós estamos dispostos a isso!”
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“Querem vencer na secretaria e não nas urnas”, considera André Ventura
Ventura vincou que “querem ilegalizar o Chega para vencer na secretaria o que não conseguem nas urnas”. Fernando Medina, em entrevista ao Observador, acusou o PSD de contribuir para a normalização do Chega, referindo-se ao acordo de viabilização do Governo Regional dos Açores e afirmou admitir “que a questão da ilegalização do Chega venha a colocar-se”. Para o autarca lisboeta, o partido da extrema-direita parlamentar devia ser considerado ilegal porque é “xenófobo, racista e intolerante”.
“Não passarão. No Chega, lutaremos até ao fim. Até perceberem que viemos por bem e estamos dispostos a sacrificar a vida por Portugal. Ilegalizar o Chega? Terão 30 anos de luta clandestina e muito dura!”, garantiu Ventura. O também candidato presidencial do Chega lamentou ainda que a sua concorrente ao Palácio de Belém Ana Gomes, diplomata e ex-eurodeputada socialista, também tenha defendido a ilegalização do seu partido.
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Ana Gomes considera “ridícula” multa aplicada ao líder do Chega
A antiga embaixadora de Portugal em Jacarta considerou “ridícula” a coima aplicada a “um deputado” que teve “mais uma vez tiradas absolutamente contrárias à democracia”, aludindo à multa de que Ventura foi notificado esta semana pela Comissão para a Igualdade e Contra a Discriminação Racial (CICDR), devido a uma mensagem numa rede social sobre a comunidade cigana.
Na ótica de Ana Gomes os responsáveis das instituições democráticas “não podem contemporizar com estratégias complacentes em relação a forças racistas e xenófobas que estão proibidas pela Constituição” e apontou o dedo a Ministério Público e Tribunal Constitucional.
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