Argentina agradece à China pela confiança após restruturação de troca cambial
A Argentina agradeceu “a confiança depositada no plano económico do Governo” depois da China ter concordado em restruturar o pagamento de cinco mil milhões de dólares (4,7 mil milhões de euros) de uma troca cambial
“A renovação do ‘swap’ [troca cambial] é um alívio para o sistema financeiro e contribui para a limpeza do balanço do banco central” argentino, disse na sexta-feira o gabinete do Presidente Javier Milei, num comunicado.
Isto porque a Argentina estava a enfrentar este pagamento numa altura em que o Banco Central da República Argentina (BCRA) tinha reservas monetárias de apenas 29,2 mil milhões de dólares (27,2 mil milhões de euros), maioritariamente constituída por passivos.
O BCRA anunciou na quarta-feira que chegou a acordo com o homólogo chinês para estender por um período de 12 meses o pagamento, que estava previsto até ao final de junho.
“O vínculo de respeito entre os dois países é fundamental para o desenvolvimento comercial e a prosperidade de ambas as nações”, disse o Governo da Argentina.
Em junho de 2023, o Governo de Alberto Fernández renovou e ampliou um acordo de troca cambial, que permite cobrir a exposição ao risco, com a China, no valor de 18,6 mil milhões de dólares (17,5 mil milhões de euros).
O acordo permite o pagamento das importações argentinas da China na moeda chinesa, o renmimbi, para ajudar a manter o nível das reservas internacionais.
Milei declarou o alinhamento na política externa com os EUA, Israel, a União Europeia e o “mundo livre” e, por outro lado, manifestou-se contra a promoção de “pactos com comunistas”, em referência à China, embora sem interferir em relações comerciais privadas.
A ministra dos Negócios Estrangeiros argentina, Diana Mondino, visitou a China com uma comitiva da tutela da Economia no final de abril, e a imprensa local afirmou que Milei estava a ponderar viajar para o país asiático após a restruturação da troca cambial.
Na quinta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou um empréstimo de quase 800 milhões de dólares (744,6 milhões de euros) à Argentina e disse que o programa de estabilização da economia do país está “no bom caminho”.
A decisão do FMI surgiu um dia depois da câmara alta do parlamento da Argentina ter aprovado uma proposta de Milei que prevê uma reforma do Estado, apesar de tumultos que deixaram cerca de dez feridos.
A Argentina continua a enfrentar uma inflação recorde, ainda que tenha continuado a desacelerar em maio, para 4,2% em termos mensais, o valor mais baixo em dois anos e meio.
No entanto, em termos anuais a inflação continua a ser muito elevada, 276,4%, numa tendência que se acelerou após a desvalorização da moeda argentina, o peso, imposta por Milei no final de 2023.
A economia da Argentina deverá contrair 2,8% em 2024, de acordo com uma previsão do FMI, após uma recessão de 1,6% registada em 2023.
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By Impala News / Lusa
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