Ativistas não esperam nada da cimeira promovida por Macron em Paris

Várias ativistas ambientais, entre as quais Greta Thunberg, reunidas em Paris, em evento paralelo à cimeira promovida pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para um pacto financeiro mundial, disseram que “não esperam nada de concreto” desta iniciativa.

Ativistas não esperam nada da cimeira promovida por Macron em Paris

“O mais importante desta cimeira seria criar uma visão de futuro em que se incluíssem os aspetos de equidade global e justiça climática”, realçou a jovem sueca, que tem a companhia de outras ativistas dos países considerados em desenvolvimento.

Contudo, na opinião de uma destas, a ugandesa Vanessa Nakate, “a única coisa que o Norte global pode oferecer” a países como o seu “são combustíveis fósseis e oleodutos, que contaminam o ar, destroem o clima e trazem dívida, enquanto os ganhos vão para os países ricos”.

Tanto Nakate como a ruandesa Ineza Grance recordaram os mais de 10 milhões de pessoas que enfrentam insegurança alimentar em África, devido a desastres climáticos, mas que “são ignoradas pelos meios de comunicação globais”.

Grance acentuou: “Para países como o meu, o estado atual das cosias é uma condenação à morte. Estou aqui para recordar que a nossa sobrevivência não é negociável”.

As ativistas denunciaram também a perseguição que é feita ao defensores do ambiente, assunto especialmente exemplificado pelas Filipinas, que em 2020 foi o primeiro no continente asiático e o terceiro a nível mundial em termos de destes defensores assassinados.

“Os poluidores e aqueles que os protegem não estão apenas a roubar à nossa geração um presente e um futuro através dos impactos climáticos, mas também através de assassínios, massacres, assédio e sequestros”, assegurou a filipina Mitzi Jonelle Tan.

“Os ativistas estão a ser intimidados sistemática com repressão e estão a pagar o preço de defender a vida e o direito ao protesto”, acrescentou Thunberg.

A equatoriana Helena Gualinga colocou sobre a mesa os direitos dos povos indígenas no continente americano, que “vivem com os efeitos da indústria petrolífera”.

RN // RBF

By Impala News / Lusa

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