Aumento dos gastos durante Ano Novo Lunar afastam China da deflação em janeiro
A inflação na China acelerou em janeiro, pela primeira vez desde agosto, devido ao forte aumento dos gastos das famílias, por altura dos feriados do Ano Novo Lunar, contrariando persistentes pressões deflacionistas
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O índice de preços no consumidor (IPC) subiu 0,5%, em janeiro, em relação ao período homólogo, informou no domingo o Gabinete Nacional de Estatística (NBS, na sigla em inglês) do país asiático. Em dezembro, a inflação fixou-se em 0,1%.
O aumento temporário do consumo durante a pausa de oito dias mascarou brevemente a dimensão do desafio deflacionista que a segunda maior economia do mundo enfrenta. O preço dos serviços aumentou 0,9%, representando mais de 50% do aumento total do IPC, de acordo com o NBS.
A deflação nas fábricas da China prolongou-se pelo 28º mês consecutivo, com um declínio de 2,3%, mantendo-se estável, face à contração do índice em dezembro.
A data dos feriados do Ano Novo Lunar — entre 28 de janeiro e 4 de fevereiro pode ter distorcido a comparação homóloga. Este período festivo, que segue o calendário lunar, calha em períodos diferentes todos os anos.
No ano passado foi celebrado na totalidade em fevereiro.
O consumo doméstico é cada vez mais crucial para a China, numa altura em que se intensifica a guerra comercial com os EUA. Os gastos das famílias chinesas poderiam compensar os efeitos do aumento das taxas alfandegárias impostas pelo novo Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre bens oriundos do país asiático.
O Governo chinês avançou já com planos para aumentar a despesa pública e reduzir as taxas de juro. Com a riqueza das famílias sob pressão devido a uma prolongada crise no setor imobiliário, o aumento do consumo foi elevado a principal prioridade dos esforços económicos deste ano.
A persistência de pressões deflacionistas na China contrasta fortemente com outras grandes economias. O receio de Pequim é que um ciclo enraizado de descida dos preços possa refrear as despesas das famílias durante mais tempo e prejudicar de tal forma as receitas das empresas que asfixie o investimento e conduza a novos cortes salariais e despedimentos.
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By Impala News / Lusa
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