Austrália extradita antigo fuzileiro naval dos EUA por treinar pilotos chineses

Um ex-piloto do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos vai ser extraditado da Austrália para os Estados Unidos, por ter alegadamente treinado ilegalmente pilotos chineses, informou o procurador-geral da Austrália, Mark Dreyfus

Austrália extradita antigo fuzileiro naval dos EUA por treinar pilotos chineses

A extradição põe fim a uma luta de quase dois anos de Daniel Duggan, de 55 anos, nascido em Boston, para evitar ser devolvido aos EUA.

Duggan, que serviu nos Fuzileiros Navais durante 12 anos antes de emigrar para a Austrália e renunciar à cidadania norte-americana, tem estado numa prisão de segurança máxima desde que foi detido, em 2022, na casa da sua família, no estado de Nova Gales do Sul. Ele é pai de seis filhos.

Dreyfus confirmou em comunicado que aprovou a extradição, mas não disse quando Duggan seria transferido para os EUA.

“Foi dada a Duggan a oportunidade de apresentar argumentos para não ser entregue aos Estados Unidos. Ao chegar à minha decisão, tomei em consideração todo o material que me foi apresentado”, afirmou o procurador.

Em maio, um juiz de Sydney decidiu que Duggan poderia ser extraditado para os EUA, deixando um recurso para o procurador-geral como a última esperança de Duggan permanecer na Austrália.

Numa acusação de 2016 do Tribunal Distrital dos EUA em Washington, revelada no final de 2022, os promotores disseram que Duggan conspirou com outros para fornecer treino a pilotos militares chineses, em 2010 e 2012, e possivelmente em outras ocasiões, sem solicitar licença apropriada.

Os promotores dizem que ele recebeu pagamentos no valor total de cerca de 88 mil dólares australianos (58.500 euros) e viagens internacionais para o que às vezes era descrito como “treino de desenvolvimento pessoal”.

Se for condenado, Duggan, que nega as acusações, pode ser punido com uma pena de até 60 anos de prisão.

“Sentimo-nos abandonados pelo governo australiano e profundamente desapontados por terem falhado completamente no seu dever de proteger uma família australiana”, disse a mulher, Saffrine Duggan, num comunicado difundido hoje. “Estamos agora a considerar as nossas opções”, apontou.

 

JPI // VQ

By Impala News / Lusa

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