Austrália reafirma apoio à Ucrânia após confronto verbal entre Zelensky e Trump

Austrália reafirma apoio à Ucrânia após confronto verbal entre Zelensky e Trump

O primeiro-ministro da Austrália, Anthony Albanese, disse que o país “apoiará a Ucrânia” durante o tempo que for necessário, horas depois de um confronto verbal entre os presidentes dos EUA e da Ucrânia

“O povo ucraniano não está apenas a lutar pela sua soberania nacional, mas também para afirmar o respeito pelo direito internacional”, disse o chefe do Governo australiano, aos jornalistas, em Sydney (sudeste).

“Vamos continuar a apoiar a Ucrânia durante o tempo que for necessário, porque esta é a luta de uma nação democrática contra um regime autoritário liderado por [o Presidente da Rússia,] Vladimir Putin, que tem planos imperialistas para a Ucrânia, mas também para toda a região”, alertou Albanese.

Estas declarações surgiram horas depois de um confronto verbal na Casa Branca entre o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump.

Trump, erguendo a voz, ameaçou abandonar a Ucrânia se Zelensky não fizer concessões à Rússia.

“Ele pode voltar quando estiver pronto para a paz”, disse Donald Trump numa mensagem na sua rede social, Truth Social.

A assinatura de um acordo sobre os minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas, para a qual o chefe de Estado da Ucrânia se tinha deslocado a Washington, não se realizou, nem a conferência de imprensa conjunta que estava prevista no final do encontro.

Trump acusou também o homólogo ucraniano de ter “faltado ao respeito aos Estados Unidos” na Sala Oval, sublinhando que Washington deu à Ucrânia muito dinheiro e que ele “devia estar mais grato”.

Numa cena de tensão sem precedentes, que se prolongou por vários minutos e que envolveu também o vice-presidente norte-americano, JD Vance, os três dirigentes levantaram a voz e falaram uns por cima dos outros várias vezes.

Na sequência da altercação na Casa Branca, os líderes da União Europeia, Canadá e numerosos países declararam publicamente apoio a Zelensky e a uma paz “justa e duradoura” com a Rússia.

Na sexta-feira, o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, garantiu a Kiev o seu “apoio inabalável”, sublinhando que já falou com Trump e Zelensky.

Também o ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Rangel, declarou ao homólogo da Ucrânia, Andrii Sybiha, que o país “pode contar com Portugal”,

As relações entre a Austrália e a Rússia estão tensas há anos. A Camberra opôs-se à invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022 e comprometeu quase 900 milhões de euros para apoiar o seu aliado ucraniano.

Os laços com Moscovo foram também afetadas pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines em 2014, abatido por um míssil de fabrico russo sobre território ucraniano controlado por separatistas pró-Rússia.

Todas as 298 pessoas a bordo morreram, incluindo 38 australianos.

 

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By Impala News / Lusa

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