Autarca de Borba afirma que seria “falta de vergonha” demitir-se
António Anselmo, afirmou hoje que seria “uma falta de vergonha” da sua parte demitir-se do cargo, na sequência do deslizamento de terras e colapso da estrada para dentro de duas pedreiras.
O presidente da Câmara de Borba, António Anselmo, afirmou hoje que seria “uma falta de vergonha” da sua parte demitir-se do cargo, na sequência do deslizamento de terras e colapso da estrada para dentro de duas pedreiras.
“O acidente deu-se a 19 de novembro, dia trágico para a minha terra, dia trágico para aquelas famílias que perderam os familiares, dia trágico para aquelas pessoas que ainda não recuperaram os corpos, portanto seria uma falta de vergonha da minha parte se eu abandonasse”, disse o autarca, em declarações aos jornalistas, hoje à tarde em Borba, no distrito de Évora.
António Anselmo, eleito pelo Movimento Unidos por Borba (MUB), considerou que “seria fácil” colocar o lugar à disposição, numa altura em que decorrem as operações de socorro em duas pedreiras, onde morreram duas pessoas e, pelo menos, três estão dadas como desaparecidas.
“Condições [para manter mandato], claro que tenho”, declarou, afiançando que as terá “sempre”.
“Não vale a pena dizer que quem se demite” são “os fracos”. “Eu estou cá e assumo enquanto tiver de assumir a responsabilidade do município”, frisou o presidente da Câmara de Borba.
“Enquanto eu estiver aqui, assumo, claramente, aquilo que estou a fazer e, portanto, demitir é próprio dos fracos e eu estou cá para lutar sempre pela minha terra”, sublinhou.
O deslizamento de um grande volume de rochas, blocos de mármore e terra e o colapso de um troço de cerca de 100 metros da estrada 255, entre Borba e Vila Viçosa, no distrito de Évora, para o interior de duas pedreiras contíguas ocorreu no dia 19 deste mês às 15:45.
Segundo a Proteção Civil, o acidente provocou a morte de dois trabalhadores da empresa de extração de mármores da pedreira que estava ativa, um maquinista e um auxiliar de uma retroescavadora, cujos corpos já foram recuperados.
Além disso, na pedreira contígua, que estava sem atividade e possui o plano de água mais profundo, as autoridades procuram ainda, pelo menos, três desaparecidos, que seguiriam em duas viaturas na estrada no momento em que ocorreu a derrocada.
O Ministério Público instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias do acidente, que é dirigido pelo Departamento de Investigação e Ação penal (DIAP) de Évora, e duas equipas da Polícia Judiciária estão a proceder a averiguações.
O Governo pediu uma inspeção urgente ao licenciamento, exploração, fiscalização e suspensão de operação das pedreiras situadas na zona de Borba.
Siga a Impala no Instagram