Bloco de Esquerda recusa uso do «dinheiro dos pensionistas para pagar as fraudes do futuro»
A cabeça de lista do BE às europeias, Marisa Matias, rejeitou que, «depois do dinheiro dos contribuintes» ter pagado as fraudes do passado, se queira «agora usar o dinheiro dos pensionistas para pagar as fraudes do futuro».
«Nós não aceitamos que depois do dinheiro dos contribuintes ser usado para pagar as fraudes do passado, queiram agora usar o dinheiro dos pensionistas para pagar as fraudes do futuro», criticou Marisa Matias no palco do comício desta terça à noite em Almada, Setúbal. Os vários oradores falaram no meio de um círculo, livres de um microfone fixo ou de um púlpito, com quem assistia a rodeá-los num quadrado ou a vê-los do balcão superior.
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A eurodeputada bloquista lembrou que «foi apenas o BE que confrontou diretamente o Partido Socialista, o PSD, e o CDS nas suas intenções e nos seus planos obscuros ou mais ou menos obscuros de privatizar os sistemas públicos de Segurança Social a nível europeu».
«E não só isso, mas como terem planos também para diferenciar e transformar os sistemas de segurança social para pobres e para ricos. Nós queremos um sistema único, público, solidário», defendeu.
Marisa Matias deixou depois um alerta: «chega de desviar o dinheiro que falta às pensões para quem o vai esconder nos paraísos fiscais, nos offshores, sem ter que mostrar nada porque a União Europeia favorece essa política permanente da ocultação e nós não a aceitamos».
No início do discurso, a «número um» da lista e recandidata do BE ao Parlamento Europeu antecipou que, na quinta-feira, «seguramente que muita gente vai falar do relatório dos grandes devedores à banca», que deverá ser entregue pelo Banco de Portugal no parlamento.
«Há questões que no essencial nós já sabíamos: que os bancos portugueses têm funcionado sistematicamente como uma máquina de acumulação que favorece, sistematicamente também, as elites deste país, umas elites parasitárias e que o que vai para essas elites é aquilo que não chega a quem precisa», apontou.
Não se querendo referir apenas a Joe Berardo – um «charlatão rude de quem é fácil falar» –, Marisa Matias atirou «às elites de sempre, às elites antigas, a todas as elites que a cada ano têm usado o nosso dinheiro como se fosse seu».
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