Bloco de Esquerda diz que PM confessou incompatibilidades e votará contra eventual moção de confiança
A coordenadora do Bloco de Esquerda afirmou hoje que o primeiro-ministro confessou incompatibilidades ao passar a gestão da empresa familiar Spinumviva para os filhos e garantiu que o Bloco votará contra uma eventual moção de confiança apresentada pelo Governo.
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“A venda da empresa e o facto de ter admitido e ter decidido vender a sua empresa é, em si, uma confissão das incompatibilidades. E essa foi a única informação que conseguimos retirar desta declaração à imprensa, sem muito mais informações, sem muito mais esclarecimentos, sem responder a perguntas”, disse Mariana Mortágua em declarações aos jornalistas transmitidas pela RTP.
Mariana Mortágua disse também que não tem confiança no primeiro-ministro, nos seus negócios e nas explicações que foram dadas, respondendo assim ao repto deixado pelo primeiro-ministro para que os partidos se pronunciem sobre se o executivo “dispõe de condições para continuar a executar” o seu programa para decidir sobre a apresentação de uma moção de confiança.
“Não temos confiança nem no primeiro-ministro nem no Governo. Porque não respondeu, porque não clarificou, porque não temos confiança nos negócios, porque não temos confiança no património, porque não temos confiança na governação. Quanto ao resto avaliaremos nos próximos dias”, afirmou, também depois de ser questionada sobre o posicionamento do BE em relação à moção de censura já anunciada pelo PCP.
O primeiro-ministro anunciou hoje que a empresa familiar Spinumviva passará a ser “totalmente detida e gerida pelos filhos”, deixando a mulher de ser sócia gerente, e irá mudar de sede.
O anúncio de Luís Montenegro foi feito numa comunicação ao país, após uma reunião do Conselho de Ministros Extraordinário, na residência oficial do primeiro-ministro, em São Bento (Lisboa).
Ladeado de todos os ministros, o primeiro-ministro disse ainda que “sempre que houver qualquer conflito de interesses por razões pessoais e profissionais” relacionados com a sua empresa familiar não participará nos processos decisórios do Governo, tal como outros membros do executivo.
TYRS (SMA) // JMR
By Impala News / Lusa
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