Bloco de Esquerda exige que Montenegro se retrate das declarações que fez sobre jornalistas

O líder parlamentar do BE exigiu hoje que o primeiro-ministro se retrate das declarações que fez sobre os jornalistas, acusando-o de ter tentado condicionar a atividade jornalística e de “conviver mal com o escrutínio”.

Bloco de Esquerda exige que Montenegro se retrate das declarações que fez sobre jornalistas

“A liberdade de imprensa está a recuar em vários sítios do mundo e nós vemos com muita preocupação que o primeiro-ministro, numa conferência sobre jornalistas, dedica atacar, tentar condicionar a atividade das e dos jornalistas, e isso deve merecer uma reflexão, o quanto mais rápida for melhor”, afirmou Fabian Figueiredo em declarações aos jornalistas no parlamento, exigindo uma retratação da parte do primeiro-ministro.

O líder parlamentar do BE reagia às declarações que Luís Montenegro fez hoje, na abertura da conferência sobre “O futuro dos media”, em Lisboa, na qual, na parte final da sua intervenção, deixou algumas críticas em relação ao desempenho de alguns jornalistas.

“Uma das coisas que mais me impressiona hoje, quero dizer-vos aqui olhos nos olhos, é estar com seis ou sete câmaras à minha frente e ter os jornalistas a fazerem-me perguntas sobre determinado acontecimento e ver que a maior parte deles tem um auricular no qual lhe estão a soprar a pergunta que devem fazer. E outros à minha frente pegam no telefone e fazem a pergunta que já estava previamente feita”, declarou o primeiro-ministro, acrescentando que os jornalistas “não estão a valorizar a sua própria profissão”.

Fabian Figueiredo defendeu que não se pode “normalizar que um chefe de Governo ataque desta forma a atividade jornalística”, acrescentando que “o jornalismo tem o dever de informar, pode incomodar intervenientes políticos para cumprir esse dever, tem o dever do escrutínio e isso pode incomodar o poder político”.

“Nós lamentamos que o primeiro-ministro conviva mal com o escrutínio jornalístico, com perguntas que lhe possam ser incómodas, mas é assim: na vida pública, ouve-se o que se quer e o que não se quer, mas, sobretudo, respeita-se a liberdade dos jornalistas de fazerem as perguntas que acham que devem fazer”, afirmou.

O líder parlamentar do BE vincou que a “liberdade de expressão é isso mesmo: é conviver com a liberdade dos jornalistas e de os jornalistas perguntarem o que quiserem em cada momento”.

“É assim em democracia. O primeiro-ministro deve por isso retratar-se”, disse.

TA (PMF) // SF

By Impala News / Lusa

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