Bloco de Esquerda quer OE de 2018 com «resposta urgente» para proteção civil e incêndios
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu que o próximo Orçamento do Estado deve “responder à urgência do país” no que diz respeito à proteção civil, pedindo ao Governo que articule com as bancadas parlamentares um “pacote florestal coerente”.
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu hoje que o próximo Orçamento do Estado deve “responder à urgência do país” no que diz respeito à proteção civil, pedindo ao Governo que articule com as bancadas parlamentares um “pacote florestal coerente”.
“Este Orçamento do Estado tem de ser capaz de responder à urgência do país, de forma coordenada e eficaz. Para isso era importante que o Governo discutisse um pacote de resposta florestal eficaz e coerente, fazendo esse trabalho no parlamento com as várias bancadas parlamentares”, afirmou Catarina Martins no Porto, após uma reunião com a Administração Regional de Saúde do Norte sobre contratualização com o setor privado na saúde.
Notando que “o Governo podia ter feito mais” relativamente aos incêndios dos últimos meses, a bloquista disse não serem “responsáveis as declarações de quem disse que já se sabia o que ia acontecer”, acrescentando ser necessário alterar um sistema de proteção civil “demasiado rígido” e guiado pelo “calendário”.
“Temos um sistema de proteção civil demasiado rígido, que se guia por calendários e não aprende com os novos perigos que existem”, afirmou.
Para Catarina Martins, todo o modelo existente “precisa de uma enorme mudança”.
“É preciso que o Governo, que já mostrou que quer mudar alguma coisa, comece a concretizar”, frisou.
A coordenadora do BE disse ainda ser importante que “o Governo reconheça que tem sistema de proteção civil rígido demais para o que está a acontecer, nomeadamente as alterações climáticas e o aquecimento global”.
As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano, segundo as autoridades, provocaram 45 mortos, cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais em estado grave, obrigando ainda à evacuação de localidades e ao realojamento de populações.
Além dos 43.191 hectares de floresta consumida pelas chamas, o fogo em Oliveira do Hospital provocou ainda 12 mortos, sendo o concelho com maior número vítimas mortais. Segundo a Autoridade Nacional de Proteção Civil, as vítimas mortais registaram-se maioritariamente nos distritos de Coimbra (24), Viseu (16) e Guarda (quatro).
Portugal registou também outra situação grave de incêndios que provocou mortos, tendo o fogo que deflagrou em 17 de junho em Pedrógão Grande causado, segundo a contabilização oficial, 64 mortos e mais de 250 feridos.
Os dados provisórios do ICNF indicam que este incêndio de Pedrógão Grande consumiu uma área de 27.364. Ao longo de 2017, registaram-se ainda “grandes incêndios florestais” no concelho da Sertã (Castelo Branco), que a 23 de julho consumiu 29.758, e na Pampilhosa da Serra (Coimbra), que a seis de outubro devastou 30.142 hectares.
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