Bolsonaro demite chefe da Polícia Federal e abre nova crise no Governo do Brasil
O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, demitiu hoje o chefe da Polícia Federal do país, Maurício Leite Valeixo, perante a alegada discordância do ministro da Justiça, Sérgio Moro, desencadeando uma nova crise interna no Governo do país.
A exoneração de Valeixo foi publicada hoje no Diário Oficial da União (DOU) e, segundo fontes próximas de Moro citadas pela imprensa brasileira, aumentou a tensão entre o Presidente brasileiro e o ministro, que teria afirmado na quinta-feira que deixaria o Governo se a demissão do diretor geral da Polícia Federal se concretizasse.
Nem Moro nem Bolsonaro se pronunciaram até ao momento, mas o ministro da Casa Civil afirmou na quinta-feira que o titular da pasta da Justiça não irá sair do Governo.
Bolsonaro pretende substituir Valeixo por uma pessoa de sua confiança, o que terá gerado profundo desconforto no ministro da Justiça.
Com mais de 20 anos de experiência na corporação, Valeixo atuou nas investigações da Lava Jato, a maior operação anticorrupção da história do Brasil e que foi liderada por Moro.
Após a publicação da exoneração de Valeixo, o ministro Sério Moro, um dos membros mais populares do Governo brasileiro, anunciou que falará hoje numa conferência de imprensa às 11:00 (15:00 em Lisboa), em Brasília.
Moro ficou conhecido internacionalmente por liderar a Operação Lava Jato e por condenar o ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva por corrupção. Ele deixou a magistratura para se juntar ao Governo de Bolsonaro, mas vem sofrendo desgastes consecutivos por divergências com o Presidente brasileiro.
A exoneração de Valeixo, de quem Moro é amigo pessoal, já havia sido mencionada por Bolsonaro em agosto do ano passado, mas acabou por ser adiada por interferência de alguns ministros, incluindo o titular da pasta da Justiça, que à época considerou que a demissão de seu braço direito poderia dar impressão de que o Governo não estava combatendo à corrupção no país.
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