Borrell admite envio de missão naval da UE para Chipre após advertências do Hezbollah
O chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell, admitiu hoje a possibilidade de estabelecer uma missão naval europeia em Chipre para garantir a segurança do Estado-membro face à recente advertência do grupo xiita libanês Hezbollah.
“A situação na fronteira entre Israel e o Líbano é explosiva. Chipre também está ameaçado e o conflito também é visível no mar Vermelho, onde os navios de guerra europeus protegem as rotas comerciais marítimas dos ataques das milícias Huthis aliadas do Irão”, assinalou o Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, numa referência à situação de tensão no Médio Oriente.
“Caso Chipre solicite apoio concreto da UE, tentaremos estabelecer aí uma missão naval para melhorar a situação de segurança no terreno”, acrescentou.
Esta semana, o líder do Hezbollah, Hassan Nasrallah, advertiu Nicósia que o país seria considerado uma parte beligerante do conflito caso permita a Israel utilizar as suas bases ou aeródromos no decurso de uma eventual guerra contra o Líbano.
“Chipre conta com todo o nosso apoio nesta situação”, afirmou Borrell, sem especificar a dimensão desse apoio e pedindo que seja evitada uma situação de “alarmismo”.
“Já apoiamos a Ucrânia com material militar, por que não Chipre?”, prosseguiu o alto representante da UE, ao ser questionado sobre a eventualidade de fornecer a Nicósia equipamentos de defesa antimíssil.
No entanto, considerou que de momento não será necessário disponibilizar este tipo de armamento.
“A situação é muito tensa mas não devemos exagerar com o alarmismo. Quanto o Hezbollah emite ameaças, não significa que tenhamos de deslocar baterias Patriot no dia seguinte”, frisou.
O conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza conduziu a um recrudescimento da violência na fronteira norte de Israel com o Líbano, onde as trocas de tiros entre o exército israelita e o movimento xiita libanês Hezbollah, um aliado do Hamas e pró-Irão, se intensificaram nas últimas semanas.
A escalada da retórica bélica entre os dois protagonistas fez aumentar ainda mais os receios de uma guerra em grande escala.
Borrell deslocou-se hoje à Áustria, onde foi galardoado com o prémio “Alois Mock” pelo seu contributo na projeção da UE.
Ao receber este prémio no evento “Fórum Europeu”, que decorreu no mosteiro de Gottweig, 80 quilómetros a oeste de Viena, o alto representante sublinhou a importância de fortalecer a unidade entre os países europeus.
“Nenhum país europeu pode enfrentar sozinho os desafios deste mundo, nem sequer o maior e mais poderoso. Sozinhos seriam irrelevantes para enfrentar os desafios do mundo”, considerou.
PCR // SCA
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram