Brasil não vai entrar em guerra comercial com EUA apesar de tarifas – ministro

O ministro das Relações Institucionais do Brasil disse que o país não tem intenções de entrar “numa guerra comercial” com os Estados Unidos, apesar das tarifas norte-americanas às importações de alumínio e aço

Brasil não vai entrar em guerra comercial com EUA apesar de tarifas - ministro

“O Brasil não estimula e não entrará em nenhuma guerra comercial, somos sempre a favor do fortalecimento do livre comércio”, disse Alexandre Padilha aos jornalistas.

Com 4,08 milhões de toneladas de aço exportadas para os Estados Unidos em 2024, o Brasil é o segundo maior fornecedor norte-americano, a seguir ao Canadá.

Questionado sobre um possível aumento de impostos sobre os produtos norte-americanos como forma de retaliação, Padilha respondeu que “o Governo [brasileiro] não teve qualquer discussão sobre o assunto”.

“O Presidente Lula [da Silva] sempre disse claramente: ‘a guerra comercial não faz bem a ninguém'”, apontou Padilha.

No final de janeiro, porém, Lula da Silva tinha dito: “É muito simples: se ele [o novo Presidente norte-americano, Donald Trump,] taxar os produtos brasileiros, haverá reciprocidade na taxação dos produtos que são exportados dos Estados Unidos”.

Após o anúncio das tarifas, o ministro da Economia do Brasil, Fernando Haddad, disse que “medidas unilaterais deste tipo [eram] contraproducentes para a melhoria da economia global”.

O ministro, no entanto, disse à imprensa que o aumento das tarifas aduaneiras “não é uma decisão contra o Brasil”, mas uma medida que se aplica a “todo o mundo”, e que Brasília acompanha as reações das outras capitais enquanto faz uma avaliação da posição a adotar.

As empresas brasileiras, por sua vez, manifestaram preocupação e pediram que se encontrasse um ponto em comum.

“Lamentamos esta decisão e vamos agir procurando o diálogo para mostrar que há formas de a reverter”, afirmou a Confederação Nacional da Indústria, em comunicado.

O forte aumento das tarifas alfandegárias para o aço e também para o alumínio “pode afetar significativamente as exportações brasileiras nestes setores”, reagiu a Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), na terça-feira.

“A Amcham espera que os governos do Brasil e dos Estados Unidos procurem uma solução negociada para preservar o comércio bilateral, que tem batido recordes nos últimos anos”, acrescentou.

Trump assinou na segunda-feira duas ordens executivas para impor tarifas de 25% às importações de alumínio e aço.

“Não haverá exceções ou isenções. E será para todos os países”, disse o republicano.

Isto apesar de o magnata ter dito, na mesma ocasião, que irá considerar uma isenção tarifária sobre as importações de aço e alumínio da Austrália, após um telefonema com o primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese.

Durante o primeiro mandato (2017-2021), o líder norte-americano impôs tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas depois concedeu quotas isentas de impostos a vários parceiros comerciais, incluindo o Canadá, o México, a Austrália e o Brasil.

VQ (HB) // CAD

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS