Brexit sem acordo levará a escassez de combustível, comida e fármacos
A saída do Reino Unido da UE sem acordo implicará um período de escassez de combustível, alimentos e medicamentos e o caos nos portos britânicos, alertam documentos oficiais divulgados.
Documentos oficiais divulgados hoje pelo jornal Sunday Times alertam que Brexit sem acordo vai implicar um período de escassez de combustível, alimentos e medicamentos e o caos nos portos britânicos. O novo primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, prometeu que o Reino Unido vai sair da UE a 31 de outubro, com ou sem acordo. Dadas as dificuldades que se colocam a uma renegociação do acordo fechado com Bruxelas pela ex-primeira-ministra Theresa May nas 10 semanas que faltam até 31 de outubro, data prevista para o ‘Brexit’, a possibilidade de uma saída sem acordo parece a mais provável.
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Estudo confidencial revela as consequências mais prováveis de acontecer em caso de Brexit sem acordo
O Sunday Times publicou este domingo, 18 de agosto, o que afirma ser um estudo confidencial do executivo sobre as consequências mais prováveis de sair sem acordo. Segundo o relatório, uma saída abrupta pode levar à escassez de alimentos frescos e a perturbações «significativas» no fornecimento de medicamentos, que podem prolongar-se por seis meses. É também possível que se verifique escassez de água, devido a possíveis interrupções na importação de químicos para o tratamento das águas.
O documento estima também que até 85% dos camiões que atravessam o Canal da Mancha «podem não estar preparados» para as formalidades das alfândegas francesas, o que provocaria longas filas que podem prolongar-se por dias e, consequentemente, graves perturbações no tráfego dos portos britânicos durante meses. Cerca de 75% dos medicamentos chegam ao Reino Unido através do Canal da Mancha, o que «os torna particularmente vulneráveis a atrasos graves».
Ministro para o Brexit frisou que «não há volta atrás» e que o país vai sair da UE a 31 de outubro
As dificuldades que se colocam ao Reino Unido em caso de ‘Brexit’ sem acordo têm sido avaliadas regularmente em estudos académicos e de associações empresariais ou outras, mas têm sido repetidamente desvalorizadas e qualificadas de alarmistas pelos defensores da saída do país da UE. O Governo britânico não respondeu a um pedido de comentário do jornal.
O ministro para o ‘Brexit’, Steve Barclay, assinou hoje a ordem que revoga a Lei das Comunidades Europeias de 1972, que determinou a adesão do Reino Unido à então Comunidade Europeia e transferiu toda a legislação da UE para o direito britânico. A ordem produzirá efeito quando o Reino Unido formalizar a saída da UE. Em comunicado, o Governo britânico qualificou a assinatura de «passo histórico» na recuperação do poder nacional sobre a legislação. «Estamos a assumir o controlo das nossas leis, como decidiram os britânicos no referendo de 2016», lê-se no comunicado. Barclay frisou ainda que este passo «é um sinal claro» para todos os britânicos de que «não há volta atrás» e que o país vai sair da UE a 31 de outubro.
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