Cabo Verde constitui equipa para acompanhar políticas migratórias dos EUA
O Governo de Cabo Verde constituiu uma equipa multissetorial para acompanhar as novas políticas migratórias da administração norte-americana, anunciou hoje a secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros, relativamente ao país que tem a maior comunidade emigrada do arquipélago.
“Estamos a acompanhar aquilo que têm sido as novas abordagens que o Governo dos Estados Unidos vem imprimindo à sua política migratória”, referiu Miryan Vieira, em conferência de imprensa.
O Governo está a fazer “concertação, a nível nacional, tendo já de pé uma equipa multissetorial para acompanhar todas as informações no que se refere às políticas migratórias, porque têm um grande impacto em Cabo Verde”, acrescentou.
“A maior comunidade emigrada reside nos Estados Unidos”, apontou.
A governante referiu que quaisquer deportações, por exemplo, terão de obedecer a procedimentos, que incluem a comunicação entre autoridades dos dois países e a defesa de direitos e da dignidade humana, entre outros aspetos.
A diáspora cabo-verdiana em todo o mundo, com 1,5 milhões de pessoas, representa o triplo da população residente nas ilhas e é uma dos pilares da economia do país graças ao envio de remessas financeiras e apoios familiares.
Não se sabe quantos vivem em cada país, mas o Instituto Nacional de Estatística (INE) cabo-verdiano tem em curso um projeto de “mapeamento da diáspora”, apoiado pelo Banco Mundial e que já contou com três mesas redondas de apresentação, em São Tomé e Príncipe, Portugal e nos Estados Unidos, junto de comunidades na região de Boston.
O novo Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu, na sua tomada de posse, que vai expulsar “milhões e milhões” de imigrantes ilegais, medida que os especialistas consideram que irá afetar todo o cenário da migração global em 2025.
Numa das ordens executivas que assinou, foi restaurada a diretiva para deportar qualquer pessoa que não tenha documentos, independentemente do que tenha feito ou da situação familiar, sem critérios de prioridade. A agência ICE, autoridade para o efeito, poderá entrar em escolas, igrejas e hospitais para deter pessoas.
LFO (PMC/ARYG) // VM
By Impala News / Lusa
Siga a Impala no Instagram