Candidata Luísa González denuncia irregularidades nas eleições do Equador

A candidata do partido de esquerda Revolução Cidadã, Luísa González, denunciou irregularidades nas eleições no Equador, país que elege hoje um novo Presidente e os parlamentares da Assembleia Nacional.

Candidata Luísa González denuncia irregularidades nas eleições do Equador

Luísa González pediu à população e aos seus apoiantes para estarem atentos aos resultados, depois de votar em Canuto, cidade rural na província costeira de Manabí, onde cresceu e chegou acompanhada por um grupo de apoiantes da Revolução Cidadã, o movimento político liderado pelo ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), condenado por corrupção e exilado na Bélgica.

Mais de 13,7 milhões de eleitores equatorianos vão hoje às urnas para eleger o Presidente e os parlamentares da Assembleia Nacional, quando o país continua assolado pela violência relacionada com o tráfico de drogas.

Para a corrida presidencial apresentaram-se 16 candidatos, mas os favoritos a vencer o sufrágio são o atual Presidente e candidato à reeleição, Daniel Noboa, da aliança conservadora Ação Democrática Nacional (ADN), e a candidata do partido de esquerda Revolução Cidadã, Luísa González.

Luísa González assegurou que os observadores internacionais que estão a acompanhar o processo “conhecem as irregularidades que foram cometidas a partir do momento em que o ‘presidente-candidato’ não pediu a suspensão do cargo”, em referência à recusa de Noboa de se afastar do cargo de Presidente durante a campanha eleitoral.

O Código de Democracia do Equador (lei eleitoral) estabelece que quem se candidata à reeleição imediata deve solicitar uma suspensão do cargo e, no caso do Presidente, está estabelecido que deve ser substituído pelo vice-presidente.

No entanto, Noboa não solicitou a suspensão durante o período de campanha eleitoral, que decorreu de 05 de janeiro a 06 de fevereiro, e, em vez de delegar a presidência na vice-presidente Verónica Abad, delegou-a em Cynthia Gellibert, secretária da Administração Pública.

Os decretos em que Noboa delegou a presidência em Gellibert foram declarados inconstitucionais e deram razão a Abad, de que só ela tem poderes constitucionais para substituir o governante, mas o executivo reafirmou a sua posição.

Neste sentido, González criticou a presidente do Conselho Nacional Eleitoral do Equador, Diana Atamaint, por “em vez de ser uma guardiã do processo eleitoral, ser uma diretora de campanha de Daniel Noboa permitindo que se verifiquem irregularidades e que a lei não seja cumprida”.

A candidata salientou que votou “com a esperança de que dias melhores virão e com a fé de reanimar o Equador” do momento em que se encontra, submerso numa situação económica delicada e numa crise de insegurança sem precedentes, fruto do aumento do crime organizado que levou o país a ter a maior taxa de homicídios da América Latina em 2023.

Para vencer, um candidato à Presidência precisa de 50% dos votos ou pelo menos 40% com uma vantagem de 10 pontos sobre o adversário mais próximo.

SVF // ZO

By Impala News / Lusa

Impala Instagram


RELACIONADOS