Candidatos presidenciais no México assinam acordo para a paz com Igreja Católica
Os candidatos às eleições presidenciais no México assinaram um compromisso para a paz, promovido pela Igreja Católica, que propõe estratégias para reduzir a violência no país
Cidade do México, 12 mar 2024 (Lusa) — Os candidatos às eleições presidenciais no México assinaram na segunda-feira um compromisso para a paz, promovido pela Igreja Católica, que propõe estratégias para reduzir a violência no país.
O documento preparado pela Conferência Episcopal do México defendeu que o tecido social do país “está em processo de acelerada degradação”, uma avaliação que a candidata do partido no poder rejeitou como demasiado pessimista.
“Também não concordo com a visão segundo a qual prevalecem o ‘medo, o desamparo, a falta de confiança e a incerteza'”, disse Claudia Sheinbaum, candidata do Movimento de Regeneração Nacional (esquerda) e favorita para as presidenciais de 02 de junho.
A antiga autarca da capital, Cidade do México, assinou o compromisso, mas sublinhou que o número de homicídios e a perceção da violência por parte da população diminuíram desde que o atual Presidente tomou posse, em dezembro de 2018.
Andrés Manuel López Obrador tem dado prioridade ao que considera ser as raízes da violência, incluindo a pobreza, mas tem sido criticado pela oposição por fortalecer o poder dos militares.
A principal rival de Sheinbaum, Xochitl Gálvez, declarou-se “em perfeita concordância” com o diagnóstico e as propostas da Igreja.
A senadora de centro-direita, que faz campanha sob o lema “Por um México sem medo”, reiterou a proposta de criação de uma enorme prisão de alta segurança.
Gálvez prometeu melhorar as condições de trabalho da polícia, dos procuradores e dos juízes.
“Um problema desta magnitude requer a participação de todos”, acrescentou.
O México regista anualmente uma média de cerca de 30 mil homicídios, muitos deles ligados ao tráfico de droga ou a outras formas de crime organizado.
Cartéis de narcotráfico há muito controlam efetivamente áreas do México através da violência e da corrupção. Nos últimos anos, estes grupos têm começado a extorquir empresas exigindo pagamentos para proteção.
As primeiras críticas da Igreja Católica à estratégia de segurança do Governo mexicano surgiram em 2022, quando o assassínio de dois padres jesuítas no norte do país abalou a opinião pública e a hierarquia eclesiástica.
Em fevereiro passado, os quatro bispos de Guerrero (sudoeste), um dos estados mais afetados pela criminalidade, negociaram com grupos criminosos para tentar travar a onda de violência.
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By Impala News / Lusa
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