Centros de migrantes geridos por Itália na Albânia operacionais em 01 de agosto
Dois centros de processamento de migrantes geridos pela Itália na Albânia estarão operacionais a partir de 01 de agosto, disse a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, que destacou o “grande alcance europeu” deste modelo polémico.
Durante uma visita a um terceiro ponto na cidade portuária de Shengjin, na Albânia, com o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, Meloni revelou que o protocolo bilateral “prevê uma despesa de 670 milhões de euros durante cinco anos, 134 milhões por ano”, o que “corresponde a 7,5% das despesas relacionadas com o acolhimento de migrantes em território nacional”.
“Estes recursos não devem ser considerados um custo adicional”, defendeu Meloni, referindo que os migrantes que não chegam a entrar em Itália e ficam nestes centros na Albânia “custariam [mais] dinheiro” ao seu país.
Os centros deveriam ter sido inaugurados em 20 de maio, mas registaram-se atrasos na construção e nos procedimentos. A Itália está a investir num terceiro centro de acolhimento.
O projeto recebeu críticas de grupos de defesa dos direitos humanos por externalizar o processo de migração e criar uma ‘nova Guantánamo’ (prisão norte-americana em Cuba), mas vários outros países europeus afirmaram que gostariam de replicar esta solução.
Meloni recordou que, nos termos do protocolo bilateral que cria os centros, as mulheres, as crianças e os “frágeis” não serão levados para a Albânia.
“O elemento mais útil deste projeto é que pode ser um instrumento extraordinário para dissuadir aqueles que querem chegar à Europa de forma irregular e para combater os traficantes. E isto também significa contenção de custos”, referiu a governante italiana.
“A Itália e a Albânia são nações historicamente amigas, habituadas a trabalhar em conjunto, e quero agradecer mais uma vez ao Primeiro-Ministro Rama e ao povo albanês por oferecerem a sua ajuda e por celebrarem connosco um acordo que tem uma grande dimensão europeia”, afirmou Meloni.
“Se o acordo com a Itália se revelar um erro, será um erro cometido com o coração e não por cálculos perversos”, afirmou, por sua vez, Rama.
A oposição italiana considera que o projeto é demasiado dispendioso e que não terá grande impacto no número de imigrantes.
A organização não-governamental SOS Mediterrâneo também criticou duramente os acordos, considerando-os “ilegítimos” e “um desperdício inútil de recursos”, e apelou à sua revogação.
A imigração é um dos temas centrais na reta final da campanha para as eleições europeias em Itália, que decorrem a 8 e 9 de junho.
JH //APN
By Impala News / Lusa
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